Há atualmente 4331 nadadores-salvadores certificados em Portugal, quando o número normal costuma oscilar entre 5200 e 5500.
Apesar de a época balnear ainda não ter aberto — só arranca a 1 de junho —, os dias de calor que se têm vivido nas últimas semanas têm convidado muitos portugueses a ir à praia. Esta situação está a agravar os riscos dada a falta de nadadores-salvadores.
Segundo os dados da Autoridade Marítima Nacional (AMN), há atualmente 4331 nadadores-salvadores certificados em Portugal, um valor muito abaixo do necessário e que tem facilitado o recrutamento de estrangeiros. Os números normais para o país são entre 5200 e 5500, um valor que a AMN espera que ainda seja atingido quando terminarem os cursos que ainda estão a decorrer.
A Federação Portuguesa de Nadadores-Salvadores (FEPONS) aponta ao Público várias razões para a escassez de nadadores-salvadores — a maioria são estudantes e não estão disponíveis logo no arranque da época balnear e o facto de ser um trabalho sazonal e a sem a perspetiva de estabilidade a tempo inteiro ou benefícios.
Desde 2018 que são as autarquias as responsáveis pela segurança balnear e a Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) aponta problemas semelhantes, dado que a maioria dos nadadores-salvadores são “jovens estudantes que procuram ocupação de férias, mas não podem aceitar vínculos laborais para não perderem os apoios sociais, como, por exemplo, o abono de família e as bolsas de estudo”.
O facto de as licenças terem o prazo de apenas três anos ou “a inexistência de uma carreira profissional e de uma tabela remuneratória no setor” são outras razões que explicam a falta de candidatos.
A ANMP adianta ao Público que “enviou ao Governo um conjunto de propostas para a resolução deste problema nacional”, como a criação de uma tabela remuneratória ou “a salvaguarda de que o exercício temporário da atividade de nadador-salvador não implica a perda de benefícios sociais pelos jovens estudantes”.