Esta quinta-feira, o Facebook anunciou ter removido centenas de páginas, contas e grupos com origem na Rússia que julgou estarem envolvidos numa linha de comportamento “não autêntico”, coordenado no Facebook e no Instagram.
Segundo o Fast Company, Nathaniel Gleicher, o responsável pelo departamento de política de segurança cibernética do Facebook, escreveu no seu blogue que foram identificadas duas operações de desinformação de origem russa, uma ativa em vários países da Europa Oriental e outra específica para a Ucrânia.
O Facebook informou que encerrou cerca de 364 páginas e contas da primeira rede russa, operadas nos países do Mar Báltico, na Ásia Central, no Cáucaso e na Europa Central e Oriental. Estas páginas, segundo a rede social, estão ligados a funcionários da agência de notícias russa Sputnik.
As pessoas responsáveis pelas contas apresentavam-se como fontes de notícias independentes e publicavam sobre tópicos como o sentimento anti-NATO e movimentos de protesto.
Estas páginas eram seguidas, no total, por mais de 790 mil pessoas. No blogue, o responsável descreve os acontecimentos e informa que nesta primeira rede foram gastos 135 mil dólares, cerca de 118 mil euros, em anúncios no Facebook.
Além disso, o Facebook informou que, com base numa denúncia da aplicação da lei nos Estados Unidos, removeu separadamente 107 páginas do Facebook, grupos e contas e 41 contas do Instagram com origens na Rússia e operadas na Ucrânia.
“Não encontramos ligação entre essas operações, mas as táticas foram semelhantes com a criação de redes de contas para enganar outras pessoas sobre quem eram e o que estavam a fazer”, afirmou a rede social.
A Sputnik não respondeu aos pedidos de comentário feitos por e-mail pela Associated Press, mas critica o Facebook numa declaração citada pela agência estatal russa RIA Novosti.
“Esta decisão é claramente política. Isto é equivalente a censura”, adianta a declaração, acrescentando que o Facebook bloqueou as contas de sete dos seus escritórios em antigas repúblicas soviéticas.
Esta é a mais recente de uma série de ações do Facebook para eliminar contas falsas nos últimos meses. A empresa acelerou os seus esforços de escrutínio depois de ser criticada por ter sido demasiado lenta a responder a tentativas de influenciar as eleições norte-americanas de 2016.
ZAP // Lusa