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Exploração de lítio ameaçada por protestos a nível nacional

Dakota Minerals

Prospecção de lítio em Montalegre

A exploração de lítio está comprometida por um movimento nacional de protestos. As preocupações prendem-se com a preservação do património ambiental e natural.

Um movimento nacional de oposição à exploração do lítio vai contra as intenções de várias empresas multinacionais e até mesmo da Comissão Europeia. As características do lítio permitem o armazenamento de energia e a CE está já a financiar vários projetos para a sua exploração. O objetivo passa por reduzir a dependência energética de países como a China.

A exploração de lítio em Portugal traz reticência a cada vez mais pessoas. A nova lei de bases para pesquisa e aproveitamento dos recursos geológicos está há quase quatro anos para ser regulamentada. Além disso, são várias as preocupações ambientais com a corrida ao lítio em Portugal.

Os protestos destacam a importância de preservar o património ambiental e natural português e defender o território e as populações destas áreas. Atualmente há 11 áreas identificadas com elevado potencial de pesquisa e exploração de lítio — e são já vários os interessados.

De acordo com o Público, os projetos de Covas do Barroso, em Boticas, e da mina do Romano, em Montalegre, têm já empresas destacadas para a sua exploração. No entanto, ainda no ano passado, ambos os locais foram reconhecidos pela Unesco como Património Agrícola Mundial.

A promessa de criação de postos de trabalho parece não ser o suficiente e quem o admite é o próprio presidente da Câmara de Boticas, Fernando Queiroga, que diz não vender a paisagem e o património a troco de 120 ou 140 empregos.

A empresa australiana Fortescue tinha também planos para a exploração no “Fojo”, uma área em pleno parque nacional da Peneda-Gerês. Os protestos e a contestação da população fez com que a empresa retirasse o pedido de prospeção que tinha pendente na Direção-geral de Energia e Geologia.

Noutro caso, o consórcio INature fez chegar ao mesmo organismo um apelo para que não avancem as autorizações de exploração requeridas, explicando que poderia causar efeitos nocivos a nível dos habitats naturais, dos ecossistemas, na gestão da paisagem e no equilíbrio do sistema agro-pastoril.

Em resposta, o Governo anunciou medidas para apaziguar as preocupações ambientalistas das populações. Para garantirem a prospeção de uma área, os concessionários terão de passar anualmente por avaliações ambientais. Além disso, fez ainda a promessa de partilhar os lucros com as Câmaras Municipais.

ZAP //

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