A expetativa média de vida de um soldado na linha da frente no leste da Ucrânia é de apenas quatro horas, disse um fuzileiro naval reformado, um norte-americano que luta ao lado das forças ucranianas na região do Donbass.
“Tem sido muito ruim, muitas baixas. A expectativa de vida é de cerca de quatro horas na linha de frente”, disse Troy Offenbecker à ABC News.
Na cidade de Bakhmut, no leste da Ucrânia, está instalado um dos combates mais sangrentos desde o início da invasão russa, há um ano. A batalha pela cidade, que tinha uma população de 73.000 pessoas antes da conflito, é a mais longa da guerra.
Lutar em Bakhmut é tão mau que o local recebeu a alcunha de “moedor de carne”, referiu Troy Offenbecker.
No início de janeiro, um alto oficial dos EUA descreveu o combate dentro e ao redor da cidade como “severo e selvagem”. São “milhares e milhares de tiros de artilharia lançados entre os dois lados. Em muitos casos (…) milhares de tiros de artilharia são trocados durante um dia”, indicou na altura o oficial.
Bakhmut tem sido um dos principais alvos das forças russas, tendo sido enviados para o local militares e elementos do grupo Wagner. Segundo o Ministério da Defesa britânico, a Rússia está sob “pressão política crescente” para reivindicar algumas zonas antes do aniversário da invasão.
“É provável que a Rússia afirme que Bakhmut foi capturada” na mesma data em que se assinala um ano desde o início da invasão, “independentemente da realidade no terreno”, apontou a mesma fonte.
Bakhmut, que fica na região de Donetsk ocupada pela Ucrânia, foi sitiada por forças russas durante grande parte da guerra. No final de 2022, o Presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy disse que havia sido reduzido a “ruínas queimadas”.
Apesar de uma tentativa de meses por parte das forças russas para cercar a cidade, as tropas ucranianas impediram os russos de capturá-la. Enquanto isso, a inteligência ocidental estima que a Rússia pode ter sofrido até 200.000 baixas enquanto lutava na Ucrânia, incluindo 60.000 soldados.