Ex-sócia de cliente da Spinumviva é procurada pelo FBI

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Espinho Beach Residences

Espinho Beach Residences

Moçambicana Reshma Abacassamo, cujo marido foi preso pelo FBI, participou na sociedade moçambicana DTCN — Business com Domingos Correia, cliente da empresa da família de Luís Montenegro.

Uma ex-sócia de Domingos Correia, um dos clientes confirmados da Spinumviva, é atualmente alvo de um mandado de captura internacional e acusada, pelas autoridades moçambicanas e pelo FBI, de envolvimento em crimes como associação criminosa, branqueamento de capitais, fraude fiscal e financiamento ao terrorismo.

Segundo o jornal Público, a moçambicana Reshma Abacassamo, cujo marido foi preso pelo FBI, participou na sociedade moçambicana DTCN — Business, que adquiriu os terrenos do antigo campo do Sporting Clube de Espinho em janeiro de 2023.

Da iniciativa nasceu o projeto de 60 milhões de euros que está agora no centro da polémica: o projeto imobiliário de luxo Espinho Beach Residences, que promete trazer ao mercado 240 apartamentos distribuídos por cinco blocos até ao final deste ano.

Reshma Abacassamo abandonou a sociedade em fevereiro de 2024 e o seu desaparecimento coincidiu com a detenção do marido, Norolamin Gulam, também empresário e moçambicano, capturado pelo FBI nos Estados Unidos no âmbito de uma operação secreta, avança o matutino.

Gulam confessou estar envolvido num esquema de branqueamento de capitais associado ao tráfico de droga, que movimentou mais de 550 mil dólares em transações financeiras fraudulentas que ligaram Portugal aos EUA.

Para além da ligação ao empreendimento de Espinho, Gulam e Abacassamo tinham interesses empresariais em Portugal, nomeadamente nas empresas GM Polymer e Tagus Recycling, ambas ligadas a reciclagem de plásticos, mas sem atividade relevante nos últimos anos.

O casal, que se instalou em Portugal em 2013 após problemas financeiros em Moçambique — onde o grupo Maiaia, da família de Gulam, deixou uma dívida bancária na ordem dos 50 milhões de dólares —, passou a ser alvo das autoridades daquele país. Em julho passado, o Tribunal Judicial da Cidade de Maputo ordenou buscas e apreensões no MozaBanco, recolhendo documentação e bens associados ao casal e a outras figuras e empresas suspeitas de envolvimento em crimes económicos.

A dimensão do caso levou à constituição de 40 arguidos, entre nacionais e estrangeiros, incluindo portugueses, e 48 empresas. Foram apreendidos 54 imóveis, enquanto seis arguidos estão em prisão preventiva e vários outros se encontram em parte incerta, como é o caso de Abacassamo.

Embora a construção do empreendimento de Espinho continue sem a participação de Abacassamo, a ligação inicial da empresária e do seu marido ao negócio levanta questões sobre a origem dos fundos e o impacto que estas investigações poderão ter no desenrolar do projeto milionário.

ZAP //

4 Comments

  1. A Spinumviva continua no centro do furacao.
    Cada vez menos percebo porque razao o Monte Negro resolveu vir para a Politica. O que será que tem em mente?

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    • Não consigo perceber porque razão tem de estar no centro do furação! O titulo é bem claro, “Ex-sócia de cliente da Spinumviva”.
      Tenho uma empresa, sou obrigado a verificar cada cliente e cada relação que o mesmo terá com terceiros?
      Desculpe mas isto nem é uma notícia que tenha a ver com a empresa do PM! É apenas um aproveitamento para tentar fazer notícia, onde a mesma é realmente “esquema de branqueamento de capitais associado ao tráfico de droga, que movimentou mais de 550 mil dólares em transações financeiras fraudulentas que ligaram Portugal aos EUA” o que nem é um valor muito relevante para os padrões atuais! Não se vê qualquer referência á empresa do PM, apenas uma forma de tentar aproveitar por portas e travessas um tema ao qual se consegue dar a etiqueta Spinumviva, que todos sabemos trás sempre mais audiência.
      Inadmissível, isto nem notícia é!

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