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Ex-refém conta que jihadistas portugueses torturavam na prisão

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Jihadistas do Estado Islâmico, entre os quais o luso-descendente Abou Uthman

Jihadistas do Estado Islâmico, entre os quais o luso-descendente Abou Uthman

Um ex-refém do Estado Islâmico conta que, entre os guardas das prisões na Síria, onde esteve, se encontravam dois jihadistas portugueses.

O dinamarquês Ahmad Walid Rashidi, que esteve preso durante 36 dias, em três prisões do Estado Islâmico, revela, em entrevista ao jornal Expresso por via de Skype, que havia “poucos guardas árabes” e que a maioria eram “alemães, franceses, britânicos e portugueses”. “E eram muito brutais, batiam nas pessoas, gritavam”, diz.

Quanto aos jihadistas portugueses, Ahmad Walid Rashidi confirma que eram, quase de certeza, dois e diz que nunca lhe bateram. “Mas bateram e torturaram outras pessoas“, refere.

Este dinamarquês nascido no Afeganistão, onde perdeu o pai, o irmão e uma perna, na guerra civil contra os jihadistas, recusa-se a confirmar se um desses portugueses era Nero Saraiva, que é apontado como uma figura influente no seio do Estado Islâmico. Mas, já o tinha confirmado antes, em declarações ao jornal Sunday Times.

Ahmad Walid Rashidi esteve detido em Manbij, no norte da Síria, e conta que as celas eram muito pequenas com 80 pessoas lá dentro e com a casa de banho no interior.

Quanto aos guardas prisionais, ele diz que fazem esse trabalho nas prisões depois de voltarem do campo de batalha, porque precisam de “relaxar”.

Segundo este dinamarquês, viver no Califado é muito “fácil” para quem é leal ao Estado Islâmico. “Eles dão comida, benzina, combustível, dinheiro”, diz. Mas quem fugir dos “limites” impostos, “morre”, relata Ahmad Walid Rashidi, falando de um “mundo a preto e branco”, onde as pessoas vivem como se cada dia fosse o seu último na terra.

ZAP

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