O ex-governador do Estado do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, foi condenado a mais 33 anos, três meses e 13 dias de prisão pelos crimes de corrupção passiva, branqueamento de capitais e evasão de divisas.
Esta foi a 12.ª condenação de Sérgio Cabral, ex-governador do Rio de Janeiro, no âmbito da Lava Jato, a maior operação contra a corrupção no país, e ocorreu na quarta-feira.
Com a mais recente sentença, o ex-governador soma agora 267 anos e nove meses de prisão, com o cálculo a já incluir a revisão feita pelo Tribunal Regional Federal da 2.ª Região (TRF2), que aumentou a punição de Cabral num dos processos, de acordo com a imprensa local.
Os crimes financeiros pelos quais o ex-governador foi condenado na quarta-feira totalizam 85,383 milhões de reais, cerca de 19 milhões de euros, numa sentença assinada pelo juiz Marcelo Bretas, da 7.ª Vara Federal Criminal.
Juntamente com Sérgio Cabral, foram também condenados dois operadores financeiros Wilson Carlos da Silva Carvalho e Sérgio Castro de Oliveira, que, segundo a decisão, “constituíram, financiaram e integraram uma organização criminosa que tinha por finalidade a prática de crimes de corrupção ativa e passiva, fraude às licitações e cartel em detrimento do Estado do Rio de Janeiro, bem como o branqueamento dos recursos financeiros auferidos desses crimes”.
“Principal idealizador dos esquemas ilícitos perscrutados nestes autos, o condenado Sérgio Cabral foi o grande fiador das práticas corruptas imputadas. Em razão da autoridade conquistada pelo apoio de vários milhões de votos que lhe foram confiados, ofereceu vantagens em troca de dinheiro”, disse o magistrado.
Na sua decisão, Marcelo Bretas frisou que o antigo governador “vendeu a empresários a confiança que lhe foi depositada pelos cidadãos do Estado do Rio de Janeiro, razão pela qual a sua culpabilidade, maior do que a de um corrupto qualquer, é extremamente elevada”.
Contudo, o juiz reduziu parte da pena de Sérgio Cabral por este ter entregado à Justiça um património avaliado em 40 milhões de reais (nove milhões de euros), mas não reconheceu como atenuante a confissão do ex-governador, que classificou de “não autêntica, mas fantasiosa e inverídica”.
A defesa de Cabral, ex-governador que está preso desde outubro de 2016, afirmou que irá recorrer da sentença.
Lançada em 2014, a investigação Lava Jato trouxe a público um gigantesco esquema de corrupção de empresas públicas, implicando dezenas de altos responsáveis políticos e económicos, e levando à prisão de muitos deles, como o ex-Presidente brasileiro Lula da Silva.
ZAP // Lusa