Nos anos que antecederam o envenenamento, Sergei Skripal terá viajado muito, dando informações sobre a Rússia a agentes estrangeiros.
Segundo uma investigação do New York Times, Sergei Skripal terá viajado muito nos anos que antecederam o seu envenenamento, dando informações sobre a Rússia a agentes estrangeiros.
O jornal cita fontes europeias que falam sob a condição de anonimato. Essas mesmas fontes adiantam que as reuniões foram aprovadas e possivelmente facilitadas pelas autoridades britânicas.
De acordo com o artigo Sergei Skripal Was Retired, but Still in the Spy Game. Is That Why He Was Poisoned? (“Sergei Skripal estava reformado, mas ainda no jogo da espionagem. Terá sido por isso que foi envenenado?”), Skripal estava já reformado quando apareceu em Praga para uma reunião secreta com os seus antigos adversários.
O ex-espião russo parecia doente, mas continuou a beber álcool, afirmando que o seu médico lhe tinha prescrito uísque para a pressão alta. Momentos depois, divulgou informações sobre espionagem russa e atividades de espiões, que poderiam ter dado vantagem aos checos. Contudo, realça o New York Times, este não terá sido o único encontro entre o ex-espião e agentes dos serviços secretos da República Checa.
Além disso, o jornal conta ainda outro episódio em que Skripal visitou a Estónia, em 2016, para se encontrar com espiões locais. Embora estas visitas não sejam ilegais, significa que Sergei Skripal se estava a encontrar com agentes que trabalhavam para frustrar as operações russas na Europa – o que abre a possibilidade de o envenenamento ter sido um ato de retaliação.
No entanto, como as viagens eram mantidas em segredo, não há como saber se as viagens do antigo espião o tornaram num alvo ou se as autoridades russas tinham conhecimento delas.
Sergei Skripal e a sua filha Yulia foram envenenados com agente nervoso raro no início de março. Esse envenenamento conduziu a movimentos diplomáticos e, em resultado, mais de 150 diplomatas russos de mais de 20 países foram expulsos.
As autoridades britânicas acusaram a Rússia de tentar assassinar o ex-espião, acusação que os russos continuam a negar.