A evolução das espécies pode estar a acontecer quatro vezes mais rápido do que se pensava

Um grande estudo indica que a diversidade genética dentro das espécies é muito mais comum do que se pensava, o que acelera a sua evolução. A conclusão é útil na criação de modelos sobre riscos das alterações climáticas para a sobrevivência dos animais.

A teoria da evolução, detalhada por Charles Darwin no livro “A Origem das Espécies”, é geralmente tida como facto na comunidade científica.

E foram agora conhecidos novos detalhes sobre a evolução que nem Darwin nem muitos cientistas que seguiram a sua teoria sabiam — afinal, as espécies podem estar a evoluir quatro vezes mais rápido do que se pensava.

A conclusão é de um novo estudo publicado na Science. Quantas mais diferenças genéticas existirem dentro de uma espécie, mais rápida é a sua evolução, sendo esta diversidade o “combustível da evolução“.

A equipa de cientistas analisou dados de 19 espécies diferentes de animais selvagens de todo o mundo. A pesquisa mostra que este “combustível” é muito mais comum do que as estimativas anteriores estimavam. Esta diferença agora descoberta no ritmo da evolução dos animais é também uma questão pertinente num mundo que está a entrar numa era de alterações climáticas.

A média do período de tempo de análise de cada estudo era cerca de 30 anos, com o mais curto a durar 11 anos e o mais longo a estender-se ao longo de uns impressionantes 63 anos. No total, os investigadores tiveram 2,6 milhões de horas de dados de campo para combinarem com a informação genética de cada animal.

Ao fim de três anos e depois de muitas pestanas queimadas, a equipa conseguiu quantificar as mudanças nas espécies causadas pelos genes e pela selecção natural. Darwin propôs inicialmente que as mudanças eram muito lentas, mas estudos anteriores já tinham mostrado que há espécies que evoluem muito rapidamente.

Este é o primeiro estudo deste tipo e os autores sublinham que ainda não há provas suficientes para se ter a certeza de que a evolução é quatro vezes mais rápida do que as estimativas apontavam. A única coisa que é certa é que este “combustível da evolução” é mais abundante do que se pensava.

As alterações climáticas trazem consigo fenómenos naturais mais extremos e uma mudança progressiva no clima dos habitats dos animais. A velocidade da evolução é um factor determinante na sobrevivência das espécies, já que dita quais as espécies que se conseguem adaptar e sobreviver e quais as que vão sucumbir às mudanças no clima, nota o Science Alert.

Esta pesquisa pode assim ser útil na criação de modelos que indiquem quais as espécies que estão mais vulneráveis, mas são ainda precisos mais dados para que saiba ao certo a velocidade da evolução.

Adriana Peixoto, ZAP //

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