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Festival da Eurovisão é “apolítico” – mas há apelos a uma exclusão

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Jose Sena Goulao / Lusa

Netta (Israel) vence Festival Eurovisão da Canção 2018, em Lisboa

Israel não deveria estar na Suécia neste ano; é o pedido de artistas e de manifestantes. UER já reagiu.

“O Festival Eurovisão da Canção é um concurso para os organismos públicos de radiodifusão de toda a Europa e do Médio Oriente. É um concurso para emissoras e não para governos“.

Comunicado da União Europeia de Radiodifusão (UER), responsável pelo festival europeu.

O documento acrescenta: “É um evento apolítico. A emissora pública israelita participa no concurso há 50 anos”.

Esta última parte é a reacção directa aos apelos que se têm multiplicado: excluir Israel da edição deste ano, que se vai realizar na Suécia.

O canal Euronews refere que há artistas da Finlândia e da Islândia e manifestantes da Noruega que pedem que Israel seja banido do festival de 2024.

Só na Finlândia houve um apelo que juntou mais de 1.400 músicos, que pedem que o evento não conte com a representação israelita – a presença de Israel foi confirmada pela UER em Dezembro.

“Não está de acordo com os nossos valores que um país que comete crimes de guerra e continua uma ocupação militar tenha um palco público para polir a sua imagem em nome da música”, lê-se na petição finlandesa.

Há artistas locais que defendem que, se Israel participar, a Finlândia nem deve ir a Malmö, em Maio.

Em causa está a guerra em Gaza e a recordação – recente – da Rússia: em 2022, por causa da invasão à Ucrânia, a Rússia foi proibida de participar no Festival da Eurovisão. E continua fora.

Mas as estações televisivas públicas afastam-se destas intenções de proibição. A NRK, da Noruega, explicou: “Não podemos apelar a um boicote cultural. Não faz parte das nossas competências de difusão, seria totalmente impossível para nós”.

E o embaixador de Israel na Suécia, Ziv Nevo Kulman, acrescentou: “Promover um boicote a Israel é apoiar os actos do Hamas, é dar um prémio ao terrorismo e é incompatível com os valores da UER e do concurso”.

Israel já participou 45 vezes no Festival Eurovisão da Canção. É um dos países com mais vitórias (4), a última delas em Lisboa, em 2018, quando Netta ganhou.

E nem é um país da Europa – mas faz parte da UER.

ZAP //

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1 Comment

  1. O cinismo europeu no seu apogeu: 2 pesos. 2 medidas!
    ISRAEL PODE MATAR A VONTADE que participa do Eurovisão. Já a Rússia, não!!!
    Se a Rússia foi banida, Israel também deveria ser!!! Já que não é, como ainda tem a pachorra de virem a dizer que é “apolitico”???

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