Marcelo Rebelo de Sousa decidiu adiar “à última hora” as duas visitas que estavam marcadas para esta semana. Justifica-se?
Hoje, segunda-feira, Marcelo Rebelo de Sousa estaria na Estónia. Uma visita de Estado a convite do presidente local, Alar Karis.
O presidente da República portuguesa estaria na capital Tallinn e em Tartu, entre reuniões de trabalho com Alar Karis e com autoridades municipais, entidades universitárias e culturais – além de um encontro com a comunidade portuguesa na Estónia.
Esta visita seria prolongada até quinta-feira, dia em que viajaria para a Polónia (Cracóvia), para o encontro informal do Grupo de Arraiolos, o grupo de discussão informal que junta presidentes (sem poderes executivos) de países da União Europeia.
Mas não vai a lado nenhum nesta semana. Pelo menos, para o estrangeiro. Quase à última hora, as duas viagens foram adiadas.
O anúncio foi dado na sexta-feira passada, três dias antes da partida para a Estónia. Com justificação: o Orçamento do Estado.
“Terminando no próximo dia 10 de outubro [quinta-feira] o prazo para entrega na Assembleia da República da proposta de lei do Orçamento do Estado para 2025, mas estando ainda em curso diligências do Governo designadamente com o PS, com vista a concluir tal proposta, o Presidente da República considerou mais avisado adiar a deslocação prevista à Estónia e à Polónia na próxima semana e manter-se no país”, disse à Lusa fonte da Presidência da República.
E justifica-se?
Paulo Ferreira acha que não: “Qual é o alarmismo? Vem aí um estado de emergência? Ainda faltam muitas semanas de debate mas, mesmo que não cheguem a acordo, o que é que a presença do presidente da República pode significar? Na era do telemóvel, da internet…”.
O comentador sugeriu na rádio Observador que Marcelo Rebelo de Sousa quer mesmo intervir fisicamente na discussão do Orçamento.
Depois, há as justificações oficiais perante os outros países: “Vai dar uma ideia que Portugal está à beira de se tornar ingovernável, ou à beira de uma crise política. E só porque está a acontecer uma coisa absolutamente banal: um Governo sem maioria negoceia o Orçamento”.
Os outros países não são só Estónia e Polónia, os dois países que Marcelo iria visitar. Também incluem outros 13 países europeus: Alemanha, Áustria, Bulgária, Croácia, Eslováquia, Eslovénia, Finlândia, Grécia, Hungria, Irlanda, Itália, Letónia e Malta – todos os seus presidentes integram o Grupo de Arraiolos.
“Acho que é um alarmismo. Parece que negociar o Orçamento do Estado é uma anormalidade”, finalizou Paulo Ferreira.
PE é um CAOS! Só que os habilidosos conseguem enganar todos e mais alguns, excepto o ALTISSIMO e a mim tambem já nao me enganam.