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Sonda Galileu viu água na lua Europa há 20 anos (mas a NASA não deu por isso)

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K. Retherford / Southwest Research Institute

Vapor de água em Europa

A NASA anunciou ter mais sinais de que a lua Europa tem jatos de água. A sonda Galileu já os tinha visto em 1997, mas a NASA não tinha percebido.

Apesar de os dados serem antigos, uma nova análise da NASA acabou de dar aos cientistas mais uma razão para encarar a lua Europa como um dos principais alvos na busca de vida extraterrestre, depois de os investigadores terem encontrado sinais de plumas de água.

A NASA já tinha confirmado a existência de um oceano de água líquida debaixo da camada de gelo que compõe a superfície da lua de Júpiter, mas agora, quase dois anos depois, a agência espacial norte-americana tem mais novidades sobre esta descoberta.

Agora, há ainda mais evidências de que existem aberturas na superfície por onde a água é ejetada para o exterior. Esta teoria é muito antiga. Aliás, a sonda Galileu, que sobrevoou o satélite no final dos anos 90, já tinha passado por cima dessas plumas. Mas a NASA não deu por isso.

De acordo com o Observador, a sonda Galileu notou numa anomalia térmica. Enquanto sobrevoava a 206 quilómetros de altitude, observou um segundo campo magnético que parecia conter o principal. Mas ninguém sabia o que isso significava.

Mais tarde, a sonda Cassini sobrevoou Encélado e encontrou o mesmo fenómeno. Embora os astrónomos suspeitassem que essas anomalias eram provocadas por jatos de água, nem mesmo as imagens do Telescópio Hubble permitiram confirmar essas teorias.

Mas 20 anos depois, os investigadores centraram-se nas análises feitas pela sonda Galileu e analisaram-nas com mais atenção. “Os sinais da existência de plumas sempre esteve a um nível intrigante, mas não definitivo”, recorda o Instituto de Tecnologia de Califórnia.

“É difícil perceber a menos que se esteja à procura. Estas plumas são muito difusas – não é como se se estivesse a voar por cima de uma mangueira sem perceber”, descreve o Jet Propulsion Laboratory da NASA.

Quem tomou a iniciativa foi uma equipa da Universidade de Michigan, liderada por Xianzhe Jia, cujo estudo foi publicado na Nature. As plumas em Encélado, captadas pela Cassini, foram uma grande ajuda para a equipa, já que havia características do campo magnético de Encélado muito semelhantes às encontradas em Europa: os géiseres de água.

Contudo, ainda não há certezas absolutas. Para isso, teremos de esperar até que a NASA tenha a oportunidade de olhar melhor para Europa, nomeadamente durante a missão Europa Clipper, que poderá ser lançada em junho de 2022. A ESA tem também uma missão planeada, a Jupiter Icy Moons Explorer, que deverá ser lançada na mesma altura.

ZAP //

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