A assembleia-geral do Eurobic, agendada para esta segunda-feira às 11h, não vai nomear novos órgãos sociais do banco. Teixeira dos Santos vai, assim, manter-se nas mesmas funções durante mais algum tempo.
A reunião da assembleia-geral do Eurobic vai realizar-se esta segunda-feira, às 11h, depois de um adiamento devido ao surto de covid-19.
Na ordem de trabalhos, constava a nomeação de uma nova administração, uma vez que o antigo ministro as Finanças, Fernando Teixeira dos Santos acabou o mandato de liderança do banco no final de 2019.
Porém, segundo avança o semanário Expresso, Teixeira dos santos vai manter-se nas mesmas funções durante mais algum tempo. Em causa está a venda do Eurobic ao banco espanhol Abanca. Assim, o antigo ministro vai ficar na liderança até que o dossiê da venda seja fechado e o novo acionista escolha a nova equipa de gestão.
Ao Expresso, o banco espanhol disse que “a operação continua a decorrer e o Abanca está comprometido com esta aquisição”. “No que diz respeito ao tema da AG e do Conselho de Administração do EuroBic, ainda não compete ao Abanca comentar o mesmo”, acrescentou.
O banco cuja posição maioritária pertencia a Isabel dos Santos está, na sequência do escândalo Luanda Leaks, em processo de venda ao Abanca e aguarda o fecho do negócio, o que deverá acontecer em breve.
O banco espanhol tinha admitido o interesse no Eurobic. Os espanhóis queriam controlar pelo menos 75% do capital. Depois, o Abanca acabou por adquirir 95% do capital do banco.
O Banco de Portugal (BdP) está a analisar o trabalho da administração de Teixeira dos Santos à frente do EuroBic. O objetivo é saber se a avaliação desta gestão falhou procedimentos relativos às transferências ordenadas pela sua maior acionista Isabel dos Santos.
O principal caso à volta dos Luanda Leaks está relacionado com ordens de transferência de uma conta da Sonangol no EuroBic, sediado em Lisboa, para uma empresa offshore no Dubai, alegadamente controlada por Isabel dos Santos, no montante de cerca de 90 milhões de euros, em cerca de 24 horas, num período de tempo que se seguiu à demissão da empresária da liderança da petrolífera angolana.
Isabel dos Santos tem as suas contas bancárias em Portugal arrestadas pelo Ministério Público português, que respondeu ao pedido de cooperação das autoridades judiciais angolanas, que investigam Isabel dos Santos e o alegado desvio de fundos.
Desde que o caso dos Luanda Leaks veio a público, a empresária está a desfazer-se das posições que detém em empresas portuguesas.