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Abanca interessado no EuroBic (mas exige controlar 75% do capital)

O grupo espanhol Abanca confirmou esta terça-feira que tem interesse no EuroBic. No entanto, os espanhóis querem controlar pelo menos 75% do capital.

Em conferência de imprensa em Santiago de Compostela para a apresentação dos resultados do banco, Juan Carlos Escotet, o presidente do banco, disse, citado pelo Jornal de Negócios e pelo ECO, que o banco tem “estrutura de capital para crescer de forma inorgânica” – através de aquisições.

O presidente do banco disse ainda que o mercado português é “atrativo” aos olhos da instituição que comprou as operações de retalho do Deutsche Bank em Portugal. Haverá um processo competitivo” e “temos interesse em participar em todo o processo”, afirmou Escotet.

Na sequência da polémica com o EuroBic, Isabel dos Santos colocou a sua posição de 42,5% à venda. Porém, Juan Carlos Escotet revelou que só avançará para a compra se outros acionistas do EuroBic — por exemplo, Fernando Teles, que controla 37,5% — também quiserem vender. “O que tem sido política do Abanca é que não participamos em nenhum tipo de integração ou fusão em que não controlamos o banco. Se não houver um mínimo de 75% do controlo, não participamos”, assegurou Juan Carlos Escotet.

O Abanca quer assegurar a maioria da participação para poder aplicar o seu modelo de negócio e modelo corporativo, explicou Escotet. O responsável disse ainda que o Abanca não quer “crescer por crescer” com a compra de outras operações.

Lucros de 405 milhões em 2019

De acordo com o semanário Expresso, o Abanca é um grupo criado a partir de caixas de poupança de Espanha, que passou por um período de nacionalização e que, na reprivatização, passou para as mãos de Escotet, que tem também o grupo venezuelano Banesco.

O banco concluiu a compra da área de retalho do Deutsche Bank em Portugal e foi o comprador selecionado para ficar com o banco que a Caixa Geral de Depósitos tinha em Espanha, o Banco Caixa Geral, cuja integração deverá acontecer até março.

O Abanca alcançou lucros de 405 milhões de euros em 2019, o ano em que fechou a compra do Deutsche Bank em Portugal e em que foi escolhido para ficar com o Banco Caixa Geral em Espanha.

O grupo – que tem um volume de negócios de 85 mil milhões de euros após as compras dos bancos – pretende crescer na área seguradora, onde fechou um acordo com o Credit Agricole, que se estende também para o mercado português.

Em Portugal, o Abanca é dono da Sogevinus, que gere cinco marcas de vinhos do Porto: Cálem, Kopke, Burmester, Barros e Velhotes.

ZAP //

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