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Donald Trump e Benjamin Netanyahu em Cnferência de Imprensa na Casa Branca
EUA vetaram sozinhos a resolução de três exigências da ONU que permitia entrada de ajuda na Faixa.
O ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Gideon Saar, agradeceu ao presidente norte-americano e ao seu Governo o veto único a uma resolução do Conselho de Segurança da ONU que permitia a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza.
Numa mensagem na sua conta na rede social X, Saar afirmou que “a resolução proposta apenas fortalece o Hamas e prejudica os esforços dos EUA para chegar a um acordo sobre os reféns”.
O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, afirmou na quarta-feira que o país enviou “uma mensagem forte” ao vetar a resolução, que descreveu como “contraproducente”.
“Não apoiaremos nenhuma medida que não condene o Hamas, exija que o Hamas se desarme e abandone Gaza, estabeleça uma falsa equivalência entre Israel e o Hamas ou ignore o direito de Israel de se defender”, disse Rubio em comunicado.
Os Estados Unidos vetaram sozinhos, na quarta-feira, uma resolução para facilitar a entrada de ajuda humanitária em Gaza, um texto apresentado pelos 10 membros não permanentes do Conselho de Segurança da ONU. Foi a 5.ª vez que os Estados Unidos vetaram uma resolução crítica a Israel desde o início da guerra em Gaza, a 7 de outubro de 2023.
Os outros 14 membros do Conselho, incluindo países mais próximos de Israel, como a França e o Reino Unido, votaram a favor de uma resolução que continha apenas três exigências: um cessar-fogo, a libertação de reféns detidos pelo Hamas e a facilitação de ajuda humanitária em larga escala à Faixa de Gaza, que sofre uma crise humanitária sem precedentes.
O veto norte-americano surgiu num momento em que as condições em Gaza continuaram a deteriorar-se face à crescente operação militar de Israel e a sua decisão de impedir a entrada de ajuda humanitária no enclave. Esses desenvolvimentos resultaram em milhares de vítimas, destruição de infraestrutura civil e deslocamento em larga escala, assim como um risco crítico de fome de praticamente toda a população do enclave, de acordo com a ONU.
O Exército israelita confirmou esta quarta-feira que a Fundação Humanitária de Gaza (GHF), o grupo apoiado por Israel e pelos Estados Unidos que distribui alimentos no enclave, não ia abrir os seus centros de distribuição e que seria proibido circular nas estradas que conduzem aos locais onde estavam instalados os centros de distribuição.
O anúncio da GHF ocorreu na terça-feira, depois de o governo do Hamas, que controla Gaza, ter acusado Israel da morte de 27 habitantes do enclave que se tinham dirigido ao ponto de distribuição de ajuda em Rafah. De acordo com o Hamas, pelo menos 102 pessoas foram mortas perto de pontos de distribuição de ajuda humanitária desde que a fundação, com sede em Genebra, começou a operar na Faixa de Gaza no início da semana passada.
Dois corpos de reféns recuperados por Israel
Israel anunciou também que recuperou os corpos de dois cidadãos que foram sequestrados pelo Hamas no ataque de 7 de outubro de 2023 em território israelita que desencadeou a guerra na Faixa de Gaza.
Em comunicado, o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, refere que os corpos de Judih Weinstein e Gad Haggai foram recuperados e devolvidos a Israel.
“Durante uma operação especial do Shin Bet (serviços de informações) e do Exército na Faixa de Gaza, os corpos de dois dos nossos reféns detidos pela organização terrorista assassina Hamas foram trazidos de volta a Israel”, refere o comunicado.
O mesmo documento diz que os dois cidadãos israelitas foram assassinados a 7 de outubro, tendo o Hamas transportado os corpos para a Faixa de Gaza. Os dois israelitas residiam no kibbutz Nir Oz, perto do enclave palestiniano.
ZAP // Lusa
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