EUA acusam Rússia de preparar “falsos referendos” nas próximas semanas

Atef Safadi / EPA

Os Estados Unidos (EUA) acusaram esta sexta-feira a Rússia de preparar “nas próximas semanas” referendos manipulados para anexar territórios no leste da Ucrânia e anunciaram novas sanções caso Moscovo concretize estes planos.

“Qualquer tentativa de anexação [por parte da Rússia] é ilegal, ilegítima e francamente ridícula”, indicou um alto responsável da administração norte-americana, não identificado, no decurso de uma videoconferência com jornalistas e citado pela agência noticiosa AFP.

A administração imposta por Moscovo na região ucraniana de Zaporijia, controlada na maior parte pelo exército russo, anunciou na segunda-feira o início dos preparativos para a organização de um referendo sobre a adesão do território à Rússia.

Os serviços de informações norte-americanos consideram que a Rússia planeia convocar “falsos referendos” em várias províncias do leste ucraniano e que Moscovo já forneceu instruções a funcionários locais para que iniciem os preparativos.

O alto responsável do Governo de Joe Biden assegurou que o Governo russo está “preocupado” pela possível baixa participação nestas consultas devido ao “dano que a Rússia provocou na Ucrânia e a oposição generalizada à ocupação russa”.

“Os funcionários russos sabem que aquilo que fazem carece de legitimidade e não refletirá a vontade do povo”, explicou o funcionário, assegurando ainda que a Rússia “manipulará os resultados”.

“Qualquer reivindicação por parte do Kremlin de que o povo ucraniano pretende de alguma forma unir-se à Rússia é simplesmente falsa”, vaticinou.

Este alto responsável afirmou que os EUA impuseram sanções económicas a alguns dos “títeres” que o Kremlin colocou nessas regiões e advertiu que responderá “rápida e severamente com sanções adicionais caso a Rússia prossiga os seus planos”.

Prometeu ainda que Washington prosseguirá o envio de ajuda militar à Ucrânia e investigará todas as violações de direitos humanos ocorridas durante a guerra.

O Kremlin já se demarcou das eventuais consultas e define-as como iniciativas populares que estão a surgir em territórios controlados pelas forças das repúblicas separatistas russófonas, apoiadas pelo exército russo.

Lusa //

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