EUA retiram autorização para o uso de hidroxicloroquina defendida por Trump

A Administração de Medicamentos e Alimentos dos Estados Unidos (FDA) indicou na segunda-feira que vai revogar a autorização de emergência para a utilização de medicação para a malária no tratamento da covid-19, aprovada pelo Presidente norte-americano, Donald Trump.

Segundo a FDA, referida pela agência Lusa, “é improvável” que a hidroxicloroquina e a cloroquina sejam eficazes no tratamento do novo coronavírus. Citando relatos de complicações cardíacas, a FDA considerou que os dois medicamentos constituem um risco maior para os pacientes infetados com covid-19 do que quaisquer potenciais benefícios.

A hidroxicloroquina e a cloroquina, também prescritas para o lúpus e para a artrite reumatoide, podem provocar problemas no ritmo cardíaco, ao baixar significativamente a pressão sanguínea, bem como danos musculares ou nervosos.

A decisão significa que o ‘stock’ de medicamentos adquirido pelo Governo federal não poderá continuar a ser distribuído às autoridades locais de cada Estado norte-americano.

Os medicamentos para o tratamento da malária, porém, vão continuar disponíveis para outros fins, pelo que os médicos norte-americanos podem continuar a prescrevê-los para a covid-19 – prática conhecida por prescrição ‘off-label’.

Na quinta-feira, um painel de especialistas do Instituto Nacional de Saúde reviu as linhas de orientação para recomendar especificamente a não utilização dos dois medicamentos para o tratamento da covid-19, à exceção de estudos e investigações formais.

Nas primeiras semanas da pandemia nos EUA, Trump foi um dos principais defensores do uso da hidroxicloroquina e a cloroquina e chocou os profissionais médicos quando revelou que tomava o medicamento preventivamente para combater a infeção.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 433 mil mortos e infetou mais de 7,9 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência AFP.

Os EUA são o país com mais mortos (115.732) e mais infeções (quase 2,1 milhões). Seguem-se o Brasil (43.332 mortes, mais de 867 mil casos), Reino Unido (41.736 mortos, quase 297 mil casos), Itália (34.371 mortos, mais de 237 mil casos), França (29.398 mortos, mais de 193 mil casos) e Espanha (27.136 mortos, mais de 244 mil casos).

A Rússia, que contabiliza 7.081 mortos, é o terceiro país do mundo em número de infetados, depois dos EUA e do Brasil, com mais de 536 mil.

// Lusa

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