Estados Unidos admitem possibilidade de novo surto no outono

Chris Kleponis / EPA

O diretor do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos disse haver a possibilidade de o país enfrentar um novo surto depois do verão, mas lembrou que nessa altura “várias coisas vão ser diferentes”.

O diretor do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos (NIAID), Anthony Fauci, afirmou, esta segunda-feira, que há a possibilidade de o país vir a enfrentar um novo surto de covid-19 no outono, avança o jornal Observador.

“O facto é que antecipo que isso venha a acontecer, por causa do grau de transmissibilidade”, disse Fauci na conferência de imprensa diária sobre a pandemia, na presença do Presidente Donald Trump.

No entanto, o epidemiologista revelou estar otimista, tendo considerado que, “se regressar no outono, será um campeonato completamente diferente do que quando fomos atingidos pela primeira vez. Várias coisas vão ser diferentes”.

“A nossa capacidade para testar, identificar, isolar e rastrear as cadeias de transmissão será muito melhor do que era há um par de meses”, acrescentou ainda.

“Nessa altura, não vamos contar só com as lições que aprendemos, mas também com as coisas que vão estar disponíveis e que não tivemos até aqui”, concluiu Fauci, dando como exemplo intervenções terapêuticas contra a covid-19 e, mais tarde, uma vacina.

Recentemente, com as Presidenciais agendadas para 3 de novembro como pano de fundo, Trump disse que adiar eleições “não é lá muito bom” e afirmou mesmo ser “desnecessário”.

Do lado democrata, Joe Biden, o favorito à vitória nas eleições primárias do partido, também já se opôs a que o escrutínio venha a ser adiado. “Nós votámos a meio da Guerra Civil. Nós votámos a meio da I e da II Guerra Mundial. Por isso, a ideia de adiar o processo eleitoral está, para mim, completamente fora de questão.”

De acordo com o jornal online, o pacote económico aprovado pelo Senado, na semana passada, prevê a utilização de 363 milhões de euros para promover o voto por correspondência, caso muitas pessoas não se dirijam às urnas por medo de serem contagiadas.

Trump prolongou as recomendações nacionais de distanciamento social por mais um mês, até 30 de abril. O período inicial de 15 dias terminava esta segunda-feira.

Os Estados Unidos continuam a liderar o número de casos do novo coronavírus, com mais de 153 mil infetados e quase três mil mortos. No estado de Nova Iorque, já se registaram mil vítimas mortais desde o início do surto.