Há quem tome medicamento para cavalos para tratar covid-19, podendo envenenar-se acidentalmente

A pandemia de covid-19 gerou uma série de desinformações, algumas levando as pessoas a tomar medicamentos não prescritos para tratamento da doença, colocando em risco a sua saúde.

Quando a cloroquina, medicamento para tratar a malária, estava a ser apontado como uma cura para a covid-19, um homem no Arizona, nos Estados Unidos (EUA), morreu depois de ingerir fosfato de cloroquina – um fármaco para peixes -, julgando que protegeria da doença, noticiou a IFL Science!.

Outra teoria, que indicava que o álcool altamente concentrado poderia desinfetar o corpo e curar o vírus, deixou pelo menos 5.876 hospitalizados, 60 completamente cegos e 800 mortos, após consumirem metanol.

“Os centros de envenenamento ainda estão a responder a situações relacionadas à covid-19”, disse à ABC News Julie Weber, presidente da Associação Americana de Centros de Controle de Envenenamentos e diretora do Missouri Poison Center. “Recebemos entre 40 a 50 chamadas por dia, além do que normalmente receberíamos antes da pandemia”.

Embora o motivo das chamadas variem, têm aumentado os casos de toma de ivermectina, medicamento antiparasitário que se mostrou promissor no início do tratamento de covid-19 não aprovado pela Food and Drug Administration (FDA), a agência reguladora do medicamento dos Estados Unidos (EUA), para o tratamento de covid-19.

“Um artigo lançado recentemente descreveu o efeito da ivermectina no SARS-CoV-2 num ambiente de laboratório. Esses tipos de estudos são comumente usados ​​num estágio inicial de desenvolvimento de fármacos”, escreveu o FDA na sua página oficial. “Testes adicionais são necessários para determinar se a ivermectina pode ser apropriada para prevenir ou tratar” a covid-19, lê-se ainda.

A FDA sublinhou que não se deve tomar medicamentos que não prescritos pelo médico e que os fármacos devem ser adquiridos de uma fonte fidedigna.

“Acabamos de ter um caso de alguém que estava a utilizar uma versão veterinária de ivermectina”, contou Julie Weber, explicando que se tratava de um “medicamento para cavalos”, mais forte do que a apropriada para humanos.

Os potenciais efeitos colaterais do fármaco podem ser graves – mesmo quando tomado em grandes pequenas – e incluem vómitos, diarreia, dor de estômago, inchaço facial ou dos membros, convulsões, quedas repentinas da pressão arterial e lesão hepática.

“As pessoas nunca devem tomar medicamentos de origem animal, pois a FDA apenas avaliou a sua segurança e eficácia nas espécies específicas para as quais foram rotulados”, alertou agência. “Usar esses produtos em humanos pode causar sérios danos”, concluiu.

Taísa Pagno //

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