O governo norte-americano tem uma nova estratégia cibernética, que passa por demonstrar a sua capacidade de retaliação em caso de ataque. Esta nova abordagem, mais imponente e feroz do que a apresentada em 2011, visa dissuadir eventuais “ciberinimigos” de atentarem contra as infraestruturas e sistemas informáticos americanos.
A nova estratégia de Washington para se defender de ataques na esfera digital pode ser vista como a versão cibernética da manobra de dissuasão nuclear que adotou no decorrer da Guerra Fria contra a então União Soviética, assentando na mesma premissa: se for demonstrada capacidade de retaliação que possa causar tantos ou mais estragos que o ataque, então talvez possa evitar-se uma catástrofe.
Diz a Reuters que esta nova posição no mundo digital deverá ser apresentada pelo Secretário da Defesa, Ash Carter, e representa um esforço da potência americana no sentido de muscular os seus exércitos cibernéticos, numa altura em que o Pentágono, o cerne da defesa dos EUA, reconhece ameaças como a Rússia, a China, a Coreia do Norte e o Irão.
Estes Estados, nomeadamente os três primeiros, são frequentemente acusados por Washington de realizarem operações de espionagem ou de atacarem os ativos digitais e infraestruturas do governo.
O Departamento de Defesa acredita que os Estados Unidos deveriam estar munidos de ferramentas que lhes permitissem inviabilizar as redes do inimigo, as suas infraestruturas críticas e as suas capacidades de ataque. Ou seja, incapacitar pronta e terminantemente a entidade agressora.
De acordo com um documento a que a Reuters teve acesso, a identificação pública de Estados responsáveis por ciberataques e a aplicação de punições são outras ferramentas de que se deverá socorrer esta nova estratégia.
Esta quarta-feira, Carter deslocou-se a Silicon Valley, numa viajem que visa atrair talentos cibernéticos para o Pentágono, em linha com os objetivos de fortalecimento das defesas informáticas do governo norte-americano.