“Eu e Pedro Nuno Santos queremos fazer acontecer. Somos fazedores”, diz Moedas

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António Cotrim / LUSA

Pedro Nuno Santos e Carlos Moedas

“Penso que os dois queremos fazer acontecer. Somos fazedores”, afirmou o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, referindo-se ao ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos.

“Quando temos os dois esse espírito, conseguimos fazer coisas. Revejo-me na maneira como estamos a olhar para as políticas públicas e como podemos pôr a política partidária de lado e fazer política pública para as pessoas, que é isso que hoje as pessoas estão à procura”, disse o autarca, em entrevista ao Interesse Público.

E acrescentou: “temos grandes diferenças ideológicas e políticas. Mas ambos estamos a trabalhar muito bem nos dossiês da habitação para Lisboa”, tendo sido “nesse sentido que lhe dei o abraço – e um abraço à União Europeia, porque é o dinheiro da Europa que está ali em jogo”.

Ainda sobre a postura entre ambos, Moedas contou que têm uma “relação institucional muito boa” e “muitas conversas”. Numa delas, Pedro Nuno Santos falou-lhe sobre as linhas gerais para o novo aeroporto de Lisboa, “de começar pelo Montijo e ir para Alcochete numa segunda fase”.

No mesmo programa, explicou que a sua saída da reunião da câmara – situação que mereceu protestos por parte do PCP e a retirada da proposta sobre o aeroporto -, na quarta-feira, se deveu a questões pessoais.

“Todos nós temos vida pessoal. Há momentos em que temos que sair de uma reunião por um motivo íntimo, de saúde de um familiar. Somos políticos mas somos humanos”, indicou Moeda.

“Eu tive que sair naquela altura da reunião e não teve absolutamente nada a ver com o tema que ia ser discutido. Já tive ocasião de explicar aos vereadores porque é que tive de me retirar. Mas vejo que criou uma grande confusão e um aproveitamento quase político de uma situação pessoal”, reforçou.

O autarca disse ainda que, no dia da reunião, estava pronto para discutir a proposta do PCP. “Penso que a proposta não é adequada para posição da câmara. Vamos voltar a discuti-la e ainda bem”.

“A câmara municipal tem que ter uma posição clara sobre a necessidade de um novo aeroporto. Essa deve ser a posição que a câmara deve tomar, mas também deve criar um equilíbrio até para ajudar o Governo e o principal partido da oposição, porque é do interesse dos lisboetas e do país. A câmara deve fazer a intermediação entre Governo e PSD”, completou.

Na opinião do autarca, a decisão quanto ao aeroporto tem que ser do Executivo. “Durante todos estes anos, já lá vão sete, o Governo não fez absolutamente nada sobre isso. O Governo tem de tomar uma decisão. O que eu vi foi uma desorientação muito grande… como foi público, falei com o ministro Pedro Nuno Santos e de repente a posição do Governo já não sabemos qual é”.

Na entrevista, o presidente da câmara de Lisboa explicou também que os números de crimes “até podem não ter aumentado, mas a violência com que se pratica o crime está a aumentar”.

Questionado sobre a queixa de discriminação racial na Câmara de Lisboa, apontada pela vereadora do Bloco de Esquerda, Beatriz Gomes Dias, Moedas disse que se trata de “uma acusação grave”.

“Quem me conhece sabe que isso não é verdade, nunca seria verdade. O meu passado, a minha vida, a minha vida pessoal também é um testemunho disso. Isso é completamente injusto e inqualificável. É verdade que há muitas propostas que às vezes ficam por agendar. Não são apenas as da senhora vereadora Beatriz Gomes Dias”, referiu.

ZAP //

2 Comments

  1. O Carlos Moedas é tão educadinho! O barbas, pelo contrário, é um sorrateiro. Os seres humanos têm destas disparidades.

  2. Já tínhamos comentado, entre nossas amizades, que na realidade o Sr. Montenegro desceu o seu nível ao máximo, ficou mesmo muito pequenino, não havia necessidade nem assunto, nenhuma razao mesmo para ele dar uma bazucada no próprio pé, enfim, tem começado muito mal, já não basta arrastar com a tropa toda as costas, do passos coelho, ainda comete destas deselegâncias, e modo de estar em sociedade.

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