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Etiquetas contra álcool nas garrafas. Italianos (e não só) furiosos com a Irlanda

O governo irlandês aprovou nova legislação que prevê que garrafas de bebidas alcoólicas sejam rotuladas com etiquetas sobre os riscos do consumo excessivo de álcool. Os italianos estão irritados.

Uma nova medida legislativa da Irlanda que prevê a rotulagem de garrafas de bebidas alcoólicas com avisos sobre os seus riscos para a saúde está a ser alvo de críticas na União Europeia — especialmente por parte dos italianos..

Itália acusa Dublin de tentar “estigmatizar” um dos seus produtos mais famosos no mundo — o vinho — e de criar uma barreira ao livre comércio.

Segundo a agência ANSA, a posição de Itália contra estes rótulos recebeu já apoio de outros países grandes produtores de vinho, como a França e a Espanha.

As etiquetas em causa vão ter avisos sobre os riscos do consumo de álcool durante a gravidez e os perigos de doenças no fígado e tumores ligados à ingestão de bebidas alcoólicas em excesso. A lei vai ser aplicada, após um período de transição de três anos, a partir de 22 de maio de 2026.

“Estou feliz por sermos o primeiro país no mundo a dar este passo”, disse o ministro irlandês da Saúde, Stephen Donnelly, citado pela agência de notícias italiana. “Não vejo a hora de que outros países sigam o nosso exemplo“.

Em reação à aprovação desta medida, o ministro italiano da Agricultura e Soberania Alimentar, Francesco Lollobrigida, adiantou que está a trabalhar com o seu colega dos Negócios Estrangeiros, Antonio Tajani, com quem está a tentar “entender como combater a escolha da Irlanda“.

“Iremos fazê-lo também com outras nações europeias, como a França e a Espanha, que assinaram connosco uma declaração conjunta com fortes críticas” à nova lei irlandesa, acrescentou Lollobrigida.

Segundo o ministro italiano, a “estigmatização do vinho por parte da Irlanda”, que não produz a bebida, “cria uma perturbação no mercado. Uma coisa é pedir moderação, algo que achamos justo. Outra coisa é dizer que um produto, independentemente da quantidade que se toma, faz mal”, declarou.

Para o ministro italiano, “a Irlanda tem problemas com o alcoolismo e deveria trabalhar mais na informação sobre o uso correto do álcool”

Esta é a segunda “guerra” que Itália abre nos últimos meses para defender a sua agricultura e preservar o património agroalimentar (leia-se também, a economia) do país.

Em abril, o governo italiano aprovou um projeto-lei que proíbe o uso de alimentos e ração animal produzidos em laboratório — uma medida que tem gerado muita contestação por parte das empresas de alimentos e dos defensores dos direitos dos animais.

ZAP //

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