Uma equipa de cientistas chineses afirma ter demonstrado que a evolução também pode ocorrer através de uma adaptação hereditária ao meio ambiente e não apenas como consequência da arbitrariedade genética.
Um novo estudo reacende uma antiga polémica sobre a evolução dos seres vivos entre o naturalista francês Jean-Baptiste Lamarck e Charles Darwin.
Os autores do estudo, conduzido por uma equipa de investigadores da Academia Chinesa de Ciências (CAS) dizem ter demonstrado que plantas de arroz podem transmitir características de sobrevivência aprendidas dos seus descendentes.
No decorrer do estudo, os cientistas expuseram plantas de arroz sensíveis ao frio a stress por baixas temperaturas durante múltiplas gerações, selecionando para reprodução aquelas que melhor resistiram às temperaturas baixas.
Este processo produziu linhagens de arroz com tolerância ao frio estável e hereditária que persistiu durante pelo menos cinco gerações, mesmo após a remoção do stress por frio, explica um comunicado da CAS.
Esta descoberta apoia a hipótese de Lamarck e desafia a ideia de que a evolução ocorre apenas através da variação genética aleatória, como defendia Darwin.
Lamarck e Darwin propuseram teorias sobre a evolução no século XIX que influenciaram decisivamente a nossa compreensão da evolução até hoje.
Os dois cientistas opunham-se à crença predominante naquela época que assumia a imutabilidade das espécies e defenderam que as formas de vida mudam irremediavelmente com o tempo.
No entanto, as suas explicações sobre como ocorre a evolução eram fundamentalmente diferentes e são frequentemente consideradas irreconciliáveis.
Uma rivalidade que dura séculos
Lamarck, com a sua famosa teoria das girafas, afirmava que os pescoços destes animais cresceram tanto porque tinham de esticar-se para alcançar as folhas mais altas das árvores, explica o El Confidencial.
Esta característica genética adquirida (epigenética) era transferida para as gerações seguintes, que também tinham um pescoço comprido como os seus progenitores.
A teoria evolutiva de Darwin, por sua vez, baseia-se na seleção natural. O naturalista defendia que os indivíduos de uma população variam de forma natural e aleatória, e aqueles espécimes com características melhor adaptadas ao seu ambiente têm mais probabilidades de sobreviver e reproduzir-se.
Esta teoria tornou-se a explicação científica dominante para compreender a evolução.
Para Darwin, as girafas com pescoços mais compridos podiam alcançar mais alimento e tinham mais probabilidades de sobreviver e reproduzir-se, transmitindo esta característica genética à sua descendência.
O novo estudo, publicado a semana passada ns revista Cell, não é o primeiro a reforçar a ideia lamarckiana da herança epigenética (a transmissão de características através de mecanismos distintos das alterações na sequência do ADN), mas é uma das demonstrações científicas mais diretas e sólidas até à data desta teoria num sistema natural.
Arroz resistente à geada
A equipa conseguiu demonstrar que as variedades de arroz que crescem no gélido nordeste da China são capazes de se adaptar a estas condições extremas de uma forma estável e não genética.
Geralmente, as plantas de arroz são muito sensíveis às baixas temperaturas e estas condições afetam negativamente o seu crescimento e rendimento.
Os investigadores examinaram diversas variedades de arroz asiático e selecionaram uma que era mais sensível ao frio e produzia menos sementes nestes ambientes. A equipa submeteu as plantas ainda em crescimento a stress por frio durante uma semana e depois deixou-as crescer a temperatura normal.
Depois recolheram as sementes da planta que mais produzia e voltaram a germinar as sementes, submetendo-as novamente a um tratamento de baixa temperatura.
A terceira geração destas plantas, asseguram os autores do estudo, continuava a mostrar tolerância ao frio, embora estas características se possam manter durante pelo menos cinco gerações.
Uma prova irrefutável
Estas descobertas levaram os investigadores a estudar as diferenças epigenéticas entre as diferentes variedades para descobrir a causa da sua adaptação ao frio. A equipa descobriu que a variedade tolerante às baixas temperaturas tinha menos metilação do ADN, uma modificação química que regula a atividade dos seus genes.
Em concreto, observaram que o stress por frio reduziu a metilação perto do gene ACT1 (Acquired Cold Tolerance 1), que desempenha um papel crucial na resistência às altas temperaturas.
Depois usaram ferramentas de edição do epigenoma para modificar o arroz cultivado a temperaturas normais. Os resultados confirmaram que esta alteração melhora diretamente a tolerância ao frio ao aumentar a expressão de ACT1.
Mais tarde, restabeleceram a metilação original do ADN e as plantas de arroz perderam a sua capacidade de resistência ao frio. Isto, diz a equipa de investigação, demonstra uma relação direta entre a alteração epigenética e a tolerância ao frio.
“As alterações induzidas pelo frio na metilação do ADN e na expressão de ACT1 em resposta ao frio são herdadas de forma estável e estão associadas à tolerância ao frio adquirida”, assegura a equipa — que admite no entanto ser necessário continuar a investigar em profundidade estes mecanismos genéticos para compreender completamente o seu funcionamento.
Para além de confirmar um mecanismo de hereditariedade lamarckiana, o estudo oferece aplicações práticas.
A equipa propôs, por exemplo, uma nova estratégia de melhoria de culturas: expor as plantas ao stress, identificar alterações epigenéticas benéficas e depois utilizar edição de precisão para fixar essas características.
“Esta abordagem poderia acelerar o desenvolvimento de culturas resistentes às alterações climáticas, abordando os desafios de segurança alimentar colocados pelo aquecimento global”, diz Cao Xiaofeng, professor do Instituto de Genética e Biologia do Desenvolvimento da CAS e autor principal do estudo.
Já era tempo de alguém com juízo deixar claro que, se os humanos evoluíram dos símios, por que razão ainda há tantos macacos? Logicamente e numa teoria de evolução, se uma espécie evolui, não deixa para trás outros que não apanharam o comboio da evolução. Se uns evoluíram, outros não porquê? Darwin nunca explicou isso.
Meu caro vá aprender biologia primeiro antes de dizer disparates. O ser humano não evoluiu dos simios, os simios e o ser humano tem a mesma origem, são primos. Por outras palavras, contrariamente à estupides que alguns ineptos dizem nós não evoluímos do macaco e isso nunca foi afirmado, são mitos arcaicos promovidos pelos ainti-darwininistas.
O titulo é desinformação pura.
Lê-se o texto e não há nada nele que contrarie a teoria da evolução de Darwin.
A equipa de cientistas chineses apenas afirma que pode haver evolução por uma adaptação hereditária ao meio ambiente sem resultar da arbitrariedade genética, seguindo os pressupostos da teoria de Lamarck, que é uma teoria de evolução das espécies, tal e qual a de Darwin e muito semelhantes.
A diferença principal da teoria de Lamarck encontra-se apenas na importância atribuída à evolução como resposta às solicitações do meio ambiente, os organismos podem ganhar ou perder características e essas alterações transmitem-se à sua descendência.
Portanto, criacionistas e outros idiotas retrógrados sedentos de noticias que ponham em causa a evolução das espécies, leiam o artigo, que vos faz bem, mas não vale a pena virem reclamar que isto vos dá razão porque não dá. Este artigo é uma armadilha para vocês, obriga-vos a ler e a fazer raciocínios demasiado complicados.