A operar à distância devido à pandemia de covid-19, há universidades a enviar partes reais de animais, como cérebros de ovelha e olhos de vaca, para serem dissecadas em casa.
Para os estudantes universitários das áreas das Ciências, trabalho de laboratório como parte das suas aulas é uma forma vital de aprender habilidades de investigação e entender melhor os conceitos das palestras. Isto é um desafio para as escolas que, devido à pandemia de covid-19, estão a operar remotamente.
De acordo com a Buzzfeed, alguns alunos estão a receber nas suas caixas de correio cérebros, olhos e até fetos de porcos inteiros para poderem dissecá-los em casa.
No Lafayette College, nos Estados Unidos, estudantes de neurociência matriculados num curso de fisiologia receberam recentemente pacotes pelo correio que continham cérebros de ovelha preservados, que são escolhidos por escolas devido à sua grande semelhança com cérebros humanos.
O neurocientista e psicólogo Luis Schettino orientou os seus alunos através de uma videochamada enquanto dissecavam os cérebros – cada um na sua casa.
“Para ser honesto, não há como substituir a necessidade de os alunos estarem todos dentro do laboratório, onde podemos comunicar mais diretamente e posso ter certeza de que estou a mostrar-lhes a localização das estruturas [do cérebro] pessoalmente em vez de através de um vídeo”, disse Schettino, em declarações ao Futurism. “O que quero dizer é que esta é, obviamente, a segunda melhor solução.”
Schettino enfatizou que o departamento de neurociência esforça-se ao máximo para garantir que os alunos possam fazer o seu trabalho de laboratório com segurança. Tudo na embalagem é atóxico e o professor instrui os alunos sobre as medidas de segurança adequadas, como o uso de equipamentos de proteção e o uso adequado de ferramentas.
Porém, o Lafayette College não é a única escola que envia.partes de animais aos alunos. A Stanford Medical School, por exemplo, enviou pelo correio cérebros de ovelhas e corações de porco aos alunos no seu programa de estágio clínico de verão.
Já na Universidade do Arizona, a estudante de fisiologia e ciências médicas Julie Taraborrelli esperava ver um bisturi, uma tesoura e outras ferramentas de dissecação quando abrisse o seu pacote. Em vez disso, ficou surpreendida ao desempacotar um feto de porco, um olho de vaca e um cérebro de ovelha.
“Realmente não sabíamos o que [estaria] na caixa”, disse Taraborrelli, em declarações à CBC. “Simplesmente não esperava nada assim. Nunca teria esperado que nos enviassem, pelo correio, partes reais de animais. ”