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Estudantes do secundário criam dispositivo que alerta autoridades em caso de incêndios

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(dr) António Cotrim

Quatro alunos do 12º ano do Colégio da Imaculada Conceição, em Coimbra, criaram um dispositivo que lança um alerta para as autoridades assim que as chamas passam pelo local onde está instalado.

Depois dos grandes incêndios a que assistiram em 2017, Francisco Relvão, Rafael Amaral, João Carvalho e André Oliveira decidiram usar como tema de projeto para este ano letivo a temática dos fogos e a forma como a tecnologia poderia ajudar a combater este flagelo. “Sentíamos que a tecnologia podia ajudar”, contou Francisco Relvão, de 18 anos.

As primeiras ideias eram complexas e de difícil execução, como a criação de satélites “com câmaras de infravermelhos” ou a instalação de câmaras com sensores em postes para detetar o início das chamas, explicou.

A ideia final, desenvolvida nas aulas de Física e em casa pelos quatro alunos de Ciências e Tecnologia, passou a ser mais modesta, mas aplicável no terreno: um dispositivo que acionasse um alerta aquando da passagem das chamas pelo local.

Surgiu então o Mochu, uma pirâmide triangular camuflada, com 15 centímetros de altura, com um pequeno painel solar na hipotenusa do triângulo e que, por dentro, tem um arduino – um micro computador básico -, sensores e tecnologia GSM, explicou Francisco Relvão.

A ideia é espalhar o dispositivo “pelas florestas de Portugal, onde é difícil o acesso”, sendo colocado no chão, próximo de uma árvore, direcionado para sul para otimizar a energia solar.

“Basicamente, tem um programa que está a verificar um cabo e, no caso de o incêndio passar estraga o cabo e inicia o processo de comunicação às autoridades”, referiu Francisco Relvão, sublinhando que a ideia é enviar uma mensagem com as coordenadas do dispositivo para a proteção civil ou bombeiros locais.

Neste momento, ainda tem duas possibilidades de atuação – “num dos códigos, o dispositivo verifica de 20 em 20 segundos se o cabo está lá, noutro, o sistema é acionado assim que o cabo fica danificado”.

“Tanto posso pedir ao carteiro para me tocar à campainha quando trouxer uma carta ou posso ver se a carta está na caixa do correio”, simplificou o estudante.

A armadura do Mochu é feita de lã de rocha – um bom isolador térmico – o que deverá permitir o funcionamento do dispositivo em contexto de fogo, sublinhou.

“Nós já fizemos testes e correu às mil maravilhas“, realçou, considerando que, numa situação de aplicação no terreno, poderiam ser colocados vários em diferentes pontos e ser criada uma intra-rede entre os dispositivos para passarem informação entre eles até conseguirem enviar às autoridades.

O trabalho foi feito todo pelos alunos, que no início foram até à Universidade de Aveiro para esclarecer “algumas dúvidas”.

“O objetivo é comercializar o produto“, frisa Francisco Relvão, referindo que a equipa está também a concorrer com o Mochu em vários concursos destinados a ideias produzidas em âmbito escolar.

// Lusa

8 Comments

  1. Convinha ter um mecanismo adicional para detectar a destruição ou simples deslocalização por parte de indendiários ou meros brincalhões.

  2. Parabéns para estes jovens. Se, de facto, este invento é 100% eficaz no terreno, deve merecer toda a atenção do governo e não só. Não deve caír em saco roto.

  3. desculpa ao que vou dizer, dou os parabens a essa grande invenção, pena talvez isso não vai para frente, devido ao que se sabe né, muitos intereços anda nisso, a maior solução para resalver esse problema é pegar nos sacanas e os atirar para o meio do fogo e mostrar na televisão e avisar quem fizer isso terá o mesmo destino, assim sim talvez deixaremos ter parasitas a comerter essas vergonhas..

  4. Os portugueses velhos ou novos temos solução para tudo o problema é que a ideia destes jovens seguramente vai cair em saco roto porque obviamente há uma industria do fogo que precisa que hajam fogos para haver negócio.

    • Não é que “hajam” é que haja. O verbo haver, quando é sinónimo de existir, só se pronuncia na 3ª pessoa do singular.

  5. Vai ser o estado a pô-las e o zé povinho a recolhê-las e a vendê-las nas feiras deste país… como o Magalhães.

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