Estudantes aprovam saída da Academia de Coimbra do movimento associativo

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Bobo Boom / Flickr

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Os estudantes aprovaram na noite de segunda para terça-feira, em assembleia magna, a saída da Associação Académica de Coimbra (AAC) do movimento associativo nacional, devido à rutura com as restantes associações após a rejeição de um almoço com Passos Coelho.

Os estudantes da Universidade de Coimbra aprovaram por larga maioria a moção da direção-geral da academia que propunha “a não comparência da AAC nos Encontros Nacionais de Académicas e nos Encontros Nacionais de Direções Associativas”.

A rutura com o movimento surgiu após a recusa da AAC em almoçar com o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, no Dia do Estudante, 24 de março. Perante essa decisão, a academia foi recebida com “hostilidade e repressão” dentro do seio do movimento associativo, não tendo visto “vontade de se trabalhar em conjunto por parte de algumas estruturas”.

Segundo a moção, a que a agência Lusa teve acesso, é também proposta a criação de um livro de reivindicações, agenda de reuniões com todos os partidos candidatos às legislativas e um roteiro pelo país com o intuito de reunir com “diversas entidades ligadas ao ensino superior e à juventude”, para auscultar as mesmas e receber “apoio para as suas propostas” em matéria de educação.

Durante a apresentação da moção, na assembleia magna, o presidente da AAC, Bruno Matias, sublinhou que a forma como a academia foi recebida por parte das outras associações deixou-o “perplexo”, recordando que lhe foi exigido “um pedido de desculpas” pela decisão de ter recusado almoçar com Passos Coelho.

O dirigente estudantil afirmou também que, após essa opção, o movimento associativo marcou uma reunião com o Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP), a 19 de maio, sem dar conhecimento à AAC, devido “ao seu registo agressivo”.

O caminho será, garante Bruno Matias, junto “dos estudantes”, “sozinhos ou acompanhados”.

Durante a assembleia magna, apesar de muitos estudantes apoiarem a decisão, alguns levantaram dúvidas relativamente a esta tomada de posição.

A estudante da Faculdade de Ciências Laura Tarrafa mostrou “reticências”, questionando a saída do movimento associativo: “quem vai estar lá para os contrariar? Se o movimento associativo for a favor do aumento de propinas, quem é que vai estar lá para dizer que não? Neste momento difícil, temos que pensar e ter solidariedade para com aqueles estudantes que não se reveem naquelas estruturas”.

Mais de uma dezena de académicas e associações de estudantes acusaram a 28 de maio a Associação Académica de Coimbra de criar “um circo mediático” ao propor uma rutura com o movimento associativo nacional, rejeitando entrar numa “lógica de guerra de estudantes”.

“Rejeitamos veementemente o circo mediático que a Associação Académica de Coimbra (AAC) se decidiu a instaurar pela ação do seu presidente, Bruno Matias, que em nada contribui para a resolução dos problemas que afetam os estudantes do Ensino Superior. Rejeitamos entrar numa lógica de guerra entre estudantes e as suas estruturas representativas”, lê-se num comunicado apoiado por doze académicas e associações de estudantes divulgado após a notícia de que a AAC queria romper com o movimento.

/Lusa

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