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Estudante de 14 anos cria software contra bullying

nist6ss / Flickr

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Uma estudante de 14 anos desenvolveu um projecto que tem o potencial de diminuir em mais de 90% o bullying através da internet, ou cyberbullying, obrigando os trolls a pensar antes de postar.

O software chama-se Rethink (“pense de novo”) e foi desenvolvido o ano passado pela jovem Trisha Prabhu, quando a estudante de Naperville, nos Estados Unidos, tinha apenas 13 anos.

O Rethink é agora um dos 15 projetos finalistas da Feira de Ciência do Google, cujos vencedores serão anunciados em setembro.

O software tem um conceito interessante: alertar os adolescentes sobre o conteúdo ofensivo das mensagens que eles ainda estão a pensar postar, antes que o façam.

O conceito é baseado na descoberta científica de que a parte do cérebro que controla a tomada de decisões e ajuda a pensar antes de agir não está completamente formada antes dos 25 anos.

Assim, o Rethink funciona como um “anjinho da guarda” que sussurra aos ouvidos dos jovens que postar uma determinada mensagem pode não ser uma grande  ideia.

Para os testes do software, Trisha criou duas versões.

Uma das versões, o “controlo”, mostrava mensagens ofensivas aos internautas e perguntava-lhes se as republicariam nas suas redes sociais.

Na outra versão, o Rethink, os adolescentes que respondiam sim à pergunta recebiam uma mensagem de alerta: “Essa mensagem pode ser ofensiva para os outros. Não quer parar, rever a mensagem e pensar melhor antes de postar?”.

d.r. Google Science Fair

Trisha Prabhu, a autora do Rethink

Entre os utilizadores do Rethink, 93% desistiram de postar as mensagens ofensivas quando receberam o alerta para repensar.

Os testes foram feitos com 300 alunos da própria escola de Trisha.

Influenciando decisões

A partir daí, a menina criou um protótipo do software, que filtra o conteúdo das mensagens das redes sociais e alerta os utilizadores antes que eles republiquem as mensagens.

A ideia, explica Trisha na sua apresentação do projecto, é “criar um produto de grande escala que funcione com as redes sociais, sites e aplicações e que possa adaptar-se facilmente a novos sites ou aplicações que surjam no futuro”.

Para a jovem programadora, os mecanismos que existem hoje e tentam impedir o bullying na internet são ineficientes porque bloqueiam o conteúdo depois de ter sido postado, não antes.

“Além de prevenir o cyberbullying, o Rethink pode ter também um efeito positivo sobre a capacidade dos adolescentes de tomar decisões, ajudando-os não só nas redes sociais mas também no mundo real”, afirma.

Futura neuro-cientista

Trisha está no 8º ano, na Escola Secundária de Naperville, no estado americano de Illinois, e quer ser neuro-cientista.

O ano passado, motivada pela morte de uma tia em um acidente, apresentou um projecto de software para evitar que os motoristas se distraiam ao volante.

A menina conta que, aos 6 anos, recebeu um livro sobre o aquecimento global e apaixonou-se pela ciência. “Passei semanas a trabalhar no projecto de um carro que usaria apenas vento e água“, conta Trisha à BBC.

Actualmente, Trisha prefere a psicologia, a psico-biologia e as ciências cognitivas.

Os ídolos da jovem cientista são Charles Darwin, o pai da teoria da evolução, e Louis Pasteur, que criou o processo de pasteurização.

ZAP / BBC

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