“Estou outra vez a levar porrada”. Joana Amaral Dias agredida e insultada no Terreiro do Paço

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José Goulão / Wikimedia

Joana Amaral Dias

A psicóloga e antiga deputada do Bloco de Esquerda Joana Amaral Dias foi esta quinta-feira apupada, insultada e agredida por populares, durante um direto no Instagram quando participava nas comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, no Terreiro do Paço, em Lisboa.

A antiga deputada do bloco de Esquerda e candidata do ADN às eleições europeias foi esta tarde apupada, chamada “fascista” e agredida enquanto gravava um direto para o Instagram no Terreiro do Paço.

Agredida e violentada porque estou a defender a constituição da república portuguesa, a paz e a liberdade. No dia dos 50 anos do 25 de abril”, escreve Joana Amaral Dias no seu perfil na rede social.

No vídeo ouvem-se frases como “Tem vergonha! Fascista! Fascista! Fascista! Sai daqui, ninguém te quer aqui. Tu és uma fascista de m*rda” e “25 de Abril Sempre! Fascismo nunca mais!”.

Acho giro estarem aqui a falar em democracia“, diz também uma voz feminina.

A intervenção da ativista, em frente a um cartaz do ADN que apela ao respeito pela Constituição, é por duas vezes interrompida por pancadas no telemóvel que estava a usar para fazer a gravação.

Acabei de ser agredida“, diz a ex-deputada, com um encolher de ombros, na primeira das vezes. “Estou outra vez a levar porrada“, comenta depois da segunda pancada no telemóvel.

Não tem mal“, diz Joana Amaral Dias. “Eu estou aqui a defender os valores de Abril: a liberdade, a democracia, a justiça e a paz, sempre, todos os dias. E volto aqui a dizer-vos serenamente, apesar de estar a ser aqui agredida, em direto, que a democracia não se faz apenas no momento do voto“.

“A democracia não se faz a fazer apenas lindas celebrações e lindas comemorações. A democracia constrói-se diariamente, e em primeiro lugar respeitando a Constituição da República Portuguesa, defendendo a justiça, a paz e a liberdade”, diz a ex-deputada bloquista.

“Eu sou a tua candidata ao Parlamento Europeu, e estou aqui de pé, estou aqui sem medos, a defender todos estes valores”, conclui Joana Amaral Dias.

“Fascismo nunca mais”, ouve-se por fim.

Filha do falecido jornalista Carlos Amaral Dias, a ativista entrou para a política como deputada do Bloco de Esquerda (BE) entre 2002 e 2005 tendo saído do partido em 2014. Foi mandatária da candidatura do socialista Mário Soares às eleições presidenciais de 2006.

Em 2015, foi cabeça de lista da coligação Agir (Partido Trabalhista Português e Movimento Alternativa Socialista) nas eleições legislativas.

Em 2017, candidatou-se pelo Nós Cidadãos nas eleições autárquicas para a Câmara de Lisboa. Nessa altura, deu que falar por ter proposto a criação de lugares só para mulheres nos transportes públicos. “Não queremos ser apalpadas”, argumentou. Em 2020, foi um dos rostos do Mais.

A semana passada, a ex-deputada anunciou a candidatura às Eleições Europeias como cabeça de lista do ADN, partido de extrema-direita liderado por Bruno Fialho e com uma forte ligação à Igreja Evangélica.

ZAP //

8 Comments

  1. Esta “Personagem” , de ridículo tudo tem , en tanto que Psicóloga , conselho-a a marcar uma consulta de Psiquiatria . por os vistos ainda não encontrou cadeira ao tamanho do seu posterior !

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  2. Espera!! Está ave rara começa na política na extrema esquerda! E acaba uns anos depois na extrema direita?? Como é que isto aconteceu???! Lool
    O poleiro seguinte é sempre bom, não é?!!! Princípios e valores ZERO! Tachos 100%.
    Esta de fascista nao tem nada já de tachos e amigos já tem muito!
    A política em Portugal resume se a esta senhora, e quem acha que esta avé é a unica a fazer isto! Engane se!

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  3. QUando é que o partido se “assumiu” como extrema-direita e de onde tiraram a ideia de que tem uma forte ligação com a Ingreja Evangélica? É gravíssimo agredirem uma pessoa desta forma, ainda por cima, no dia em que foi.

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    • Cara leitora,
      É informação pública que há vários pastores evangélicos nas listas de deputados com que o ADN se candidatou às recentes eleições legislativas: Expresso; Público; Diário de Notícias.
      É também factual que o partido ADN é uma organização de extrema-direita, e como tal classificada num relatório recente da ONG norte-americana Global Project Against Hate and Extremism.
      No entanto, o ADN não se assumiu publicamente como de extrema-direita; quem o fez foi o Ergue-te, numa entrevista na revista Visão.
      Assim, a expressão “que se assume” foi removida do texto; a referência às ligações à Igreja Evangélica foi mantida.

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  4. Esta vai da estrema esquerda a estrema direita, não importa nada, só aparecer! Vai acabar no Chega com este perfil vira casacas.

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  5. Os esquerdalhos que atrás comentaram mostram bem a sua natureza totalitária. “Liberdade” para eles é só para quem com eles concorda.

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  6. Independentemente da qualidade da Joana Amaral Dias, o que está em causa é a hipocrisia destas pessoas de esquerda ditas defensoras da liberdade que demonstram a sua boçalidade nestas atitudes, e que para estes energúmenos que se proclamam donos do 25 de abril a liberdade só existe dentro dos parâmetros das suas ideologias.

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