Estátua com 11 mil anos de homem gigante a segurar o pénis pode revelar segredos do Neolítico

Ministério da Cultura e do Turismo

A descoberta das estátuas põe em causa a noção de que as comunidades de caçadores-coletores eram simples e igualitárias.

Uma equipa de arqueólogos na Turquia fez descobertas notáveis em Gobekli Tepe e Karahan Tepe, dois dos sítios de templos mais antigos do mundo. As escavações revelaram uma estátua de um homem gigante e uma de um javali selvagem, ambas com quase 11 mil anos de idade, desafiando as noções convencionais sobre as comunidades de caçadores-coletores da época.

A estátua do javali selvagem, esculpida em calcário e medindo 1,4 metros de comprimento e 0,7 metros de altura, foi encontrada em Gobekli Tepe. Resíduos de pigmentos vermelhos, pretos e brancos sugerem que a escultura era originalmente pintada, explica o Live Science.

A outra estátua, desenterrada em Karahan Tepe, localizada a 35 km de Gobekli Tepe, retrata um homem com 2,3 metros de altura, possivelmente morto, com costelas, espinhas e ombros proeminentes.

Estas descobertas “representam os achados mais recentes e espetaculares destes locais, que estão a transformar a nossa compreensão das comunidades pré-agrícolas”, afirmou Benjamin Arbuckle, professor de antropologia na Universidade da Carolina do Norte em Chapel Hill.

Anteriormente, acreditava-se que as comunidades de caçadores-coletores do sudoeste asiático de há 11 mil anos eram “relativamente simples, pequenas em escala e geralmente igualitárias”, de acordo com Arbuckle.

No entanto, as descobertas nos últimos 30 anos nestes sítios desafiaram essa noção. Gobekli Tepe, por exemplo, é um local megalítico repleto de pilares em forma de T e esculturas sofisticadas, possivelmente usadas em rituais funerários.

O propósito das estátuas recém-encontradas permanece incerto. Ted Banning, professor de antropologia na Universidade de Toronto, especulou que a estátua do homem pode representar “um ancestral importante associado ao edifício onde foi encontrada”. A postura da figura, segurando o seu pénis, poderia simbolizar que “esta pessoa era o progenitor de um grupo social, como uma linhagem ou clã, associado ao edifício”, sugeriu Banning.

As estruturas em ambos os sítios podem ter sido usadas como casas em vez de templos, o que faria sentido se cada uma tivesse o seu próprio ancestral de linhagem, acrescentou Banning. A presença de pigmentos na estátua do javali também não é surpreendente, pois “é plausível que grande parte ou mesmo a maioria das esculturas nesses locais fosse originalmente pintada“, observou Banning.

As descobertas levantam questões intrigantes sobre o nível de complexidade e organização das antigas sociedades de caçadores-coletores, aguardando futuras investigações para mais esclarecimentos.

ZAP //

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