Graça Freitas: “Estamos longe de ter um verão descontraído e seguro”

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Miguel A. Lopes / Lusa

A diretora-geral de Saúde, Graça Freitas

Num balanço da situação epidemiológica em Portugal, a diretora-geral de Saúde, Graça Freitas, sinalizou que o país “está longe de ter um verão descontraído e seguro”. 

No ponto de situação, realizado esta quarta-feira, Graça Freitas referiu que a pandemia mantém uma “transmissibilidade muito elevada, com tendência geral decrescente”, e que a mortalidade específica por covid-19 é ainda “preocupante”.

“O número de novos casos nos últimos sete dias ainda rondou os 60 mil — superior aos períodos de pico epidémico”, acrescentou a responsável, admitindo que “estamos longe de ter um verão descontraído e seguro“.

É por esse motivo que as medidas atualmente em vigor, como o uso obrigatório de máscara em espaços fechados, vão “continuar”, pelo menos enquanto se mostrarem protetoras.

Segundo o Público, Graça Freitas avisou, durante a conferência de imprensa desta manhã, que, “mesmo que não seja obrigatória [no futuro]”, a autoridade de saúde vai “continuar a recomendar máscara nos serviços de saúde e nos lares”.

Para justificar a continuidade das medidas, a Direção-Geral da Saúde rege-se pela meta estabelecida a nível europeu, que determina o valor de referência de 20 óbitos por milhão de habitantes em 14 dias para levantar as restrições. Neste momento, Portugal fixa-se nos 28,5 óbitos por milhão de habitantes em 14 dias.

Recorde-se que o Governo prolongou a situação de alerta, mantendo as medidas em vigor até 22 de abril.

Já em relação ao período festivo que se aproxima, a diretora-geral da Saúde deixou algumas recomendações e apelou aos cidadãos para terem cuidados especiais, nomeadamente com os mais vulneráveis.

Durante a Páscoa, “os doentes com covid-19 devem manter-se isolados; em espaços fechados continuamos a recomendar o arejamento; e obviamente ainda continuamos a recomendar uso de máscara em espaços fechados”, elencou Graça Freitas.

A responsável recomendou ainda “manter a distância física com quem não se convive habitualmente”; fazer um teste à covid-19 antes dos encontros familiares; e manter as habituais medidas de higienização das mãos.

Em resposta aos jornalistas, Graça Freitas admitiu que é provável que o número de casos de covid-19 possa vir a aumentar na sequência do período da Páscoa. “Obviamente que períodos de grande convívio têm sido acompanhados do aumento do número de casos.”

Liliana Malainho, ZAP //

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