“Estancamento salarial”: o salário mínimo está a esmagar o médio.
Se o salário mínimo tem vindo a aumentar nos últimos anos e está a “apanhar” o salário médio e a criar um “estancamento salarial”.
O alerta é do economista Eugénio Rosa, que diz ao jornal i que o fenómeno enfraquece o incentivo à qualificação, bloqueia a mobilidade social e leva a menos produtividade.
Estamos a transformar-nos num “país de salários mínimos”, considera, e é “urgente tomar medidas”.
Em 2024, o salário mínimo representou 85,3% do rendimento mediano. Esta tendência tem-se verificado desde 2022, segundo o economista, tem consequências graves para o desenvolvimento económico e contribui para a emigração de trabalhadores qualificados – cerca de 50 mil por ano.
“Com esta política de rendimentos, de manutenção e generalização de baixíssimos rendimentos para trabalhadores e para a maioria da população é impossível um crescimento económico sustentado e elevado e desenvolver o país”, afirma.
O salário mínimo tornou-se um instrumento político, acredita também João César das Neves, apontando o dedo aos governos.
“Este instrumento é demagógico, porque são as empresas e não o Estado que paga o salário mínimo, o Estado finge que melhora a vida dos trabalhadores sem gastar um tostão. A única forma de resolver isto seria evitar a demagogia e considerar a realidade do mercado de trabalho. Mas desde 2005 quase todos os governos caíram na mesma armadilha”, diz ao Nascer do Sol.
Apesar do crescimento do SMN acompanhar o do PIB nominal, a proporção dos salários no PIB tem vindo a diminuir, lembra Paulo Monteiro Rosa, economista do Banco Carregosa.
O “esmagamento” entre salários deve-se à valorização do salário mínimo, à estagnação salarial nos setores de baixa qualificação e à predominância de setores como o turismo e a agricultura na estrutura económica do país.
“Este fenómeno pode ser explicado por três fatores principais. Em primeiro lugar, a política de valorização sustentada do salário mínimo, com um papel importante na mitigação da pobreza laboral. Em segundo, a estagnação salarial em muitos setores de baixa qualificação, onde o crescimento da remuneração tem sido modesto”, acrescenta o economista.
“Por fim, a própria estrutura do emprego, com um peso crescente de setores como os serviços, a agricultura ou o turismo, contribui para uma média salarial mais baixa”, adianta ainda.
Este cenário leva a um menor incentivo à qualificação, menor produtividade e aumento da desigualdade. A solução pode passar por caminhos como o investimento em formação técnica e digital, apoio à inovação nas PME e reforma fiscal que alivie a carga sobre os rendimentos médios, segundo os especialistas.
A nível europeu, Portugal ocupa uma posição intermédia no ranking dos salários mínimos, com 1.015 euros mensais, pagos em 14 meses. Mas quando ajustado ao poder de compra, o país desce para 13.º lugar.
A sério k agora á culpa é do salario minimo? Qd temos licenciados a ganhar 1000 euros?médicos e infermeiros a ganhar menos k 2000? O problema é o patronato inculto português governo incluído k se esquece k o mercado único europeu tb serve pra os cidadãos irem à procura de melhores salários lá fora. Grande parte das empresas portuguesas nem prémios de produtividade sérios pagam. Sonae etc etc, fora a mão de obra completamente desqualificada k se deixa entrar pra conduzir ubers apanhar cerejas e pintar unhas k não tem qualificações nenhumas para trabalhar numa economia avançada. Já agora desde quando portugal ou união europeia tem algum acordo de equivalência de cartas de condução com Bangladesh ou nepal?