Estaleiros navais que construíram o Titanic declaram insolvência

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O Titanic no porto de Southampton, em Inglaterra

Empresa de Belfast, na Irlanda do Norte, chegou a ter mais de 30 mil funcionários no início do século XX, agora tem apenas cerca de 130.

Os estaleiros navais norte-irlandeses Harland and Wolff, situados em Belfast e conhecidos por terem construído o Titanic, vão esta terça-feira iniciar o processo de insolvência, que será gerido pela empresa de auditoria BDO.

A companhia petrolífera norueguesa Dolphin Drilling, que possui o capital da Harland and Wolff (H&W), não conseguiu até agora encontrar um comprador nem convencer o Governo britânico a intervir, tendo o executivo alegado tratar-se de uma questão “comercial”.

A H&W, que chegou a empregar mais de 30.000 pessoas no início do século XX, agora tem apenas cerca de 130 funcionários dedicados.

O porta-voz do partido Trabalhista para as questões financeiras, John McDonnell, desafiou o primeiro-ministro, Boris Johnson, a nacionalizar os estaleiros.

“Com uma intervenção certa, incluindo a opção de os estaleiros passarem a ser propriedade estatal, nós sabemos que a Harland and Wolff ficaria em posição de ganhar contratos, tanto navais como comerciais, e de diversificar para novos produtos que dariam ao estaleiro um futuro estável e lucrativo a longo prazo”, argumentou na segunda-feira, após uma visita às instalações.

Com as suas enormes e emblemáticas gruas amarelas, conhecidas por “Sansão e “Golias”, os estaleiros são o símbolo do vigor da indústria naval na Irlanda do Norte, que entrou em declínio nas últimas décadas.

Estabelecidos em 1861, são conhecidos por terem construído o transatlântico Titanic, cujo naufrágio em abril de 1912, durante a viagem inaugural entre o Reino Unido e Nova Iorque, resultou na morte de mais de 1.500 dos 2.200 passageiros.

Durante a Segunda Guerra Mundial, produziu quase 150 navios de guerra, mas nos últimos tempos reduziu e diversificou a atividade para a remodelação de cruzeiros e o trabalho em projetos de energia eólica.

// Lusa

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