Apesar de o Governo ter recomendado o teletrabalho, nem sequer a Administração Pública está a seguir esta orientação.
Foi uma das medidas anunciadas por António Costa no dia em que revelou que o país voltaria ao estado de calamidade a 1 de dezembro: o teletrabalho voltou a ser recomendado, sempre que as funções o permitam, e será mesmo obrigatório de 2 a 9 de janeiro, na chamada “semana de contenção de contactos”.
Mas, segundo o semanário Expresso, nem sequer a Administração Pública está a seguir esta orientação do Governo, como denunciam os sindicatos.
“Até agora não se notam mudanças em relação ao teletrabalho, mesmo sendo recomendado. Quem já estava manteve-se, mas não há mais pessoas em casa”, afirmou ao jornal José Abraão, dirigente da FESAP.
“Mantém-se tudo praticamente igual, apesar da recomendação do Governo”, disse também Helena Rodrigues, presidente do STE.
“Tanto quanto sabemos, está tudo igual a como estava há 15 dias. Não houve alterações”, confirma ainda Sebastião Santana, coordenador da Frente Comum.
O Expresso questionou o Ministério da Modernização do Estado e da Administração Pública sobre esta situação, com este a dizer que não tem dados sobre quantos trabalhadores passaram para teletrabalho desde o passado dia 1.
De qualquer forma, o gabinete da ministra Alexandra Leitão destacou que, sendo o teletrabalho recomendado, “cabe aos dirigentes dos serviços e aos trabalhadores acordarem internamente quanto à modalidade de prestação de trabalho a adotar, atendendo à sua organização e funcionamento”.
Os últimos dados disponíveis sobre o número de funcionários públicos em trabalho remoto referem-se a setembro, último mês em que a recomendação vigorou (até agora, quando a medida voltou a ser ativada). Nessa altura, adianta o jornal, eram cerca de 25.500 trabalhadores.