Diga adeus à película aderente. Um novo produto promete conservar melhor os alimentos e até avisa quando eles se estragam.
Durante décadas, a película aderente e a folha de alumínio foram essenciais para a cozinha, ajudando a preservar os alimentos, mantendo-os frescos e protegidos. No entanto, apesar da sua utilidade, estes materiais têm limitações: não conseguem dizer-nos quando os alimentos se começam a estragar.
Um grupo de investigadores na Singapura desenvolveu uma solução para este problema com um inovador invólucro para alimentos. Este invólucro não só mantém os alimentos frescos como também “avisa” quando os alimentos começam a decompor-se.
A equipa, liderada por William Chen, concebeu o invólucro utilizando compostos naturais extraídos de algo que até poderá encontrar no seu frigorífico: abacates, em particular, o seu caroço. Os investigadores concentraram-se na catequina e no ácido clorogénico presentes no caroço, que são poderosos agentes antibacterianos.
O que distingue este invólucro alimentar dos materiais tradicionais é a sua capacidade de alertar visualmente as pessoas para a deterioração dos alimentos. Ele contém um pigmento especial chamado perseorangina, que reage a alterações no nível de pH dos alimentos.
The future of #foodfreshness: #NTUsg food scientists have invented a new antibacterial, #biodegradable fresh #foodwrap that uses discarded seeds from durians, pineapples, and avocados. This smart and #sustainable cling film changes colour when seafood or meat is spoilt, making it… pic.twitter.com/Z1i9rIt49J
— NTU Singapore (@NTUsg) October 2, 2024
Quando os alimentos, especialmente os ricos em proteínas, como a carne e o peixe, começam a estragar-se, o pH aumenta, fazendo com que o invólucro mude de cor. Esta mudança de cor oferece um aviso precoce, ainda antes de haver quaisquer sinais visíveis, como maus cheiros ou alterações na textura.
O material também biodegradável e amigo do ambiente, ao contrário da tradicional película aderente. O invólucro é feito de amido extraído de sementes de durião e jaca, que normalmente são descartadas como lixo. Os compostos dos caroços de abacate são então infundidos neste material à base de amido, detalha o El Confidencial.
Em testes em laboratório, o invólucro foi utilizado em camarão cru e a mudança de cor começou até dois dias antes de o camarão apresentar sinais visíveis de deterioração.