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Espião português condenado a 7 anos e 4 meses de prisão

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Frederico Carvalhão Gil, espião português

O funcionário do Serviço de Informações de Segurança (SIS) Frederico Carvalhão Gil foi condenado a uma pena, em cúmulo jurídico, de sete anos e quatro meses de prisão pelos crimes de espionagem e corrupção passiva para ato ilícito.

O funcionário do SIS foi condenado a seis anos e seis meses de prisão pelo crime de espionagem e a dois anos e dois meses pelo crime de corrupção passiva para ato ilícito (agravado), tendo, em cúmulo jurídico, sido condenado pelo tribunal judicial da Comarca de Lisboa a uma pena única de sete anos e quatro meses de prisão.

Frederico Carvalhão Gil vai permanecer em prisão domiciliária com pulseira eletrónica.

A defesa já anunciou que vai recorrer da decisão condenatória para o tribunal da Relação de Lisboa.

Na versão do MP, o arguido funcionário do SIS foi recrutado pelo Serviço Externo da Federação Russa para, a troco de pagamento de quantias em dinheiro, prestar informações cobertas pelo segredo de Estado às quais tinha acesso devido às suas funções.

A acusação diz ter apurado a realização de três encontros entre o arguido funcionário do SIS e o oficial do SVR, Sergey Nicolaevich Pozdnyakov.

Elementos da PJ deslocaram-se a Roma para acompanhar as diligências e foram emitidos Mandados de Detenção Europeus contra os dois suspeitos.

Segundo o MP, na posse do oficial do SVR foi encontrado e apreendido um documento manuscrito que lhe havia sido entregue pelo funcionário do SIS, contendo informação que foi considerada protegida pelo segredo de Estado.

Ao funcionário do SIS foram apreendidos diversos documentos e objetos, bem como a quantia de 10 mil euros, verba que lhe havia sido entregue pelo oficial do SVR, como contrapartida das informações que indevidamente tinha recebido, segundo a acusação.

Para o julgamento foram arroladas várias testemunhas, entre as quais o ex-diretor do Serviço de Informações da República Portuguesa, Júlio Pereira, o diretor do SIS, Adélio Neiva da Cruz e vários inspetores da Unidade Nacional de Combate ao Terrorismo da PJ.

O julgamento foi realizado à porta fechada por estar em causa matéria sigilosa, relacionada com segredos de Estado.

ZAP // Lusa

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