Antonio Lacerda / EPA
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Olaf Scholz, chanceler da Alemanha
Encomendas às fábricas superaram as previsões. Mas até o Ministério da Economia pede cautela aos que pensam que já é sinónimo de crescimento.
A situação económica na Alemanha é delicada. Estará na fase mais preocupante deste século – e preocupa alemães e europeus no geral.
O país deixou de ser o “motor” económico destacado da Europa, que registou duas quedas sucessivas do Produto Interno Bruto (PIB), que acumula problemas internos e que tem uma crise industrial.
Mas, no meio de uma previsão de “cenário de terror”, eis que aparece um sinal de esperança inesperado.
Nesta quinta-feira o Destatis, o Departamento Federal de Estatísticas da Alemanha, revelou números sobre a indústria em Dezembro.
Destaca-se um número: 6,9%. As encomendas às fábricas alemãs subiram quase 7% comparando com Novembro.
É uma subida inesperada, já que nem as melhores previsões dos especialistas apontavam para este aumento nas fábricas. As previsões ficavam-se por um aumento de 2%.
“É um sinal de esperança, uma vez que, nos últimos meses, este indicador de referência se tinha estabilizado num nível extremamente baixo”, avalia Joerg Kraemer, economista-chefe do Commerzbank, citado no ECO.
Mas é precipitado dizer que a economia da Alemanha está já a recuperar de forma visível. Desde logo, porque é apenas um indicador mensal, é apenas da indústria, e além disso nem houve variação no “bolo” total do último trimestre de 2024.
O próprio Ministério da Economia pede cautela a quem pensa que a recuperação está próxima: “Na indústria como um todo, ainda não há sinais de uma recuperação económica“.
Jupp Zenzen, especialista em economia da Câmara de Indústria e Comércio Alemã, acrescentou no Handelsblatt: “Condições incertas de política económica e altos custos estão a pressionar a competitividade das empresas e a desacelerar a procura por bens industriais”.
Pode ser um indício da recuperação industrial mas, mesmo que se confirme, será uma recuperação lenta e incerta mês após mês.
No meio dos vários números do Destatis, destacam-se dois: o maior crescimento foi no sector da engenharia mecânica (+8,6%) mas a indústria automóvel caiu 3,2%.