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Espanha pondera recolher obrigatório em todo o país. Esperam-se semanas “muito difíceis”

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Mário Oliveira / SEMCOM

Salvador Illa, ministro da saúde de Espanha, referiu que o governo está a estudar um recolhimento obrigatário no país, como forma de travar a propagação do novo coronavírus que nos últimos dias tem feito infetado milhares de pessoas. No caso de ser aprovada pelo Congresso, a medida terá a duração de 15 dias.

As declarações de Illa surgem depois do responsável pela Saúde da comunidade Madrid afirmar que está a ponderar pedir ao Governo central que declare o recolher obrigatório para limitar as deslocações em determinadas horas do dia.

Enrique Ruiz Escudero, responsável pela Saúde em Madrid, sublinhou que na situação em que o país se encontra “qualquer opção que envolva restrição de atividade ou de mobilidade deve ser estudada”.

Em conferência de imprensa, Salvador Illa alertou os espanhóis que as próximas semanas vão ser “muito difíceis”, pois “a segunda onda já não é uma ameaça, mas uma realidade”, afirmou ministro, citado pelo El Mundo.

O Ministro da Saúde relembra que se trata de uma “situação preocupante”, embora reconheça diferenças regionais. Contudo, considera que “o vírus não viaja sozinho” e que por isso é necessário “reduzir a mobilidade e os contactos com o esforço de todos”. Neste sentido, está então em estudo a possibilidade de um recolher obrigatório para limitar as deslocações em todo o território espanhol.

No entanto, Salvador Illa diz que este tipo de medidas requer “um estado de alarme”, pois só desta forma será possível legalmente limitar o direito fundamental dos cidadãos de se deslocarem livremente quando e onde quiserem.

“Vamos analisar o estado de alarme com a comunidade de Madrid e com outras que também têm abordagens semelhantes no conjunto interterritorial”. O ministro quer saber se o PP estaria disponível para apoiar o executivo Pedro Sánchez em decretar o estado de alarme geral.

Antes de mais, o Ministério da Saúde está a preparar um plano de atuação conjunta para todo o país. “O Governo não pretende substituir as comunidades, mas sim coordená-las”, esclareceu Illa.

O Governo central vai reunir-se hoje com os responsáveis de saúde das comunidades autónomas, que têm competências para tomar decisões nas áreas onde atuam, esperando-se que do encontro saia algum tipo de resposta comum para enfrentar a pandemia.

Também durante a conferência de imprensa, Salvador Illa informou que o Conselho de Ministros autorizou a compra antecipada de 3,5 milhões de doses de vacinas, que deverão começar a chegar já em dezembro, caso o fármaco da AstraZeneca/Oxford passe com sucesso os testes de segurança.

Segundo as projeções do governo espanhol, as vacinas adquiridas, por serem de dose dupla, vão poder ser administradas a 15 milhões de espanhóis, entre os meses de dezembro e junho.

ZAP //

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