Espanha vai rastear mais de 40 milhões de telemóveis para enfrentar pandemia

Roman Pilipey / EPA

Mais de 40 milhões de telemóveis vão ser rastreados em Espanha num estudo de mobilidade anónima que permitirá conhecer os movimentos da população entre territórios e contribuir para tomar decisões para enfrentar a pandemia causada pela Covid-19.

Trata-se do estudo DataCOVID, promovido pelo Ministério da Economia e Transformação Digital em colaboração com o Instituto Nacional de Estatística (INE) e que permitirá analisar as deslocações da população durante o período de emergência sanitária devido à covid-19, segundo anunciaram na quarta-feira fontes do governo espanhol.

O estudo, noticiou a agência Lusa, que já tinha sido divulgado há dias pela terceira vice-presidente e ministra da Economia e Transformação Digital, Nadia Calviño, não irá acompanhar movimentos individuais, mas usará dados de posicionamento de dispositivos móveis, anónimos e agregados.

Os dados serão fornecidos diretamente pelas operadoras, excluirão informações pessoais e não identificarão ou rastrearão números ou titulares de telemóvel individualmente. As fontes governamentais não precisaram, mas a Telefónica, a Orange e a Vodafone participarão no estudo, segundo confirmaram à agência Efe fontes das operadoras.

Para a realização do estudo, Espanha irá ser dividida em cerca de 3.200 áreas de mobilidade, que identificarão populações entre cinco mil e 50 mil habitantes e serão analisados dados de posicionamento de mais de 40 milhões de telemóveis.

O objetivo é analisar o efeito das medidas sobre a mobilidade da população para identificar se as deslocações entre territórios aumentam ou diminuem ou se há áreas com uma maior concentração populacional.

O estudo usará as possibilidades oferecidas por ‘big data’ (megadados) para analisar uma grande quantidade de informações e tirar conclusões para tomar decisões baseadas em evidências, de uma forma mais coordenada e adaptada a cada território. A análise do estudo terá a Comunidade Valenciana como primeira área piloto.

De acordo com as fontes, por não usar dados pessoais, o estudo não entra em conflito com o Regulamento Geral de Proteção de Dados (GDPR) e segue as diretrizes da Agência Espanhola de Proteção de Dados. O INE será responsável pelo processamento dos dados.

As normas sanitárias em vigor permitem às autoridades usar dados para fins de investigação em situações excecionais e de gravidade para a saúde pública, como a atual pandemia de covid-19.

Lusa //

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