O primeiro-ministro espanhol ofereceu, esta terça-feira, o apoio do Governo às regiões que decretem o estado de emergência para conter a pandemia e a mobilização de dois mil militares para as auxiliar no rastreio de contágios.
“O Governo de Espanha vai colocar à disposição das comunidades efetivos das Forças Armadas para o rastreio” de contágios do novo coronavírus, disse o primeiro-ministro, Pedro Sánchez, numa declaração depois do Conselho de Ministros, precisando que podem ser mobilizados dois mil militares para esse fim.
O chefe do Executivo espanhol sublinhou também que as regiões podem decidir aplicar o estado de emergência em parte ou em todo o respetivo território, limitando nomeadamente a circulação, no que terão todo o apoio do Governo central, com todos os meios materiais, digitais e jurídicos.
“Se um presidente autonómico considera que necessita deste instrumento […], o Governo de Espanha está disposto a dar-lhe essa capacidade“, disse Sánchez, ressalvando, contudo, que “falar de estado de alerta não é falar de confinamento” e evocando as diferentes fases de desconfinamento que foram aplicadas no país após o pico da pandemia.
A falta de meios humanos nas comunidades autónomas, competentes em matéria de saúde, tem sido apontada como uma das razões do forte aumento de novos casos de covid-19.
“A evolução da curva da pandemia é preocupante e é preciso travá-la“, admitiu Sánchez, acrescentando, contudo, que Espanha continua “longe da situação de meados de março” e que “não deve criar-se um medo que paralise” o país.
O primeiro-ministro espanhol apelou aos espanhóis para que descarreguem a aplicação RadarCovid para facilitar o trabalho de rastreio. “Com 20% de downloads [da população total], reduziríamos a curva de contágio em 30%”, disse o socialista, citado pelo semanário Expresso.
Espanha, que na segunda-feira ultrapassou os 400 mil casos, regista nas últimas semanas um aumento de casos de infeção, tendo atingido, na quarta-feira passada, o número mais elevado de novos casos desde o final de maio (3.715), com Madrid, Aragão e a Catalunha como as regiões atualmente mais afetadas. A pandemia já fez mais de 28 mil mortos no país.
Um especialista ouvido pela agência francesa AFP considera que Espanha se encontra numa situação “crítica” no combate à pandemia, uma vez que regista a pior taxa de novas infeções da Europa Ocidental.
ZAP // Lusa
Coronavírus / Covid-19
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