Escultor de Pillar of Shame cede os seus direitos para que esta possa ser impressa em 3D – e irritar autoridades chinesas

Jerome Favre / EPA

Monumento Pillar of Shame, na Universidade de Hong Kong

Pillar of Shame, na Universidade de Hong Kong

Remoção da estátua coincidiu com a degradação da liberdade de expressão em Hong Kong, território controlado pela China e onde a democracia tem vindo a ser cada vez mais ameaçada.

Quase quatro meses após a Pillar of Shame, uma escultura que visava homenagear as vítimas do massacre da praça de Tiananmen, ter sido retirada da entrada da Universidade de Hong Kong, o seu autor, Jens Galshiot decidiu disponibilizar uma versão livre de direitos de autor como forma de responder aos múltiplos pedidos de réplicas provenientes de diferentes zonas do globo. Agora, quem tiver tecnologia disponível para tal, poderá imprimir a obra em formato 3D e exibi-la, nomeadamente num contexto de oposição à repressão às liberdades fundamentais, como acontece no território asiático.

A única exigência feita pelo artista, que primeiramente idealizou a obra em 1990, foi no sentido de que todos os lucros provenientes de uma hipotética exibição fossem doados a organizações envolvidas na luta pela democracia. A propósito da decisão das autoridades chinesas, Galshiot comentou que esta era “um grande erro”. “Agora vão ter centenas de Pillar of Shame”, atirou.

Para além de Hong Kong, há planos para replicar a escultura em Washignton D.C e instalá-la no exterior da embaixada chinesa. A presença das peças com quase oito metros de altura e feita de bronze não é, de facto, exclusiva de Hong Kong, já que no contexto da sua produção mais versões foram feitas e instaladas no México, representando a morte de milhares de indígenas, e no Brasil, em honra dos camponeses mortos pela polícia militar.

ZAP //

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.