A desistência de Joe Biden deixou os Democratas numa corrida contrarrelógio para encontrar um sucessor que consiga derrotar Trump em Novembro. Kamala Harris surge como a escolha óbvia, mas a sua nomeação não está garantida.
Com a confirmação da desistência de Joe Biden da corrida presidencial, estamos agora a entrar em território desconhecido sobre como será decidido o seu sucessor no boletim Democrata.
Quem pode suceder a Biden?
Kamala Harris surge como a candidata óbvia para lhe suceder, depois de ter sido a sua número 2 durante quatro anos na Casa Branca. A vice-presidente já confirmou que vai entrar na corrida e já somou alguns apoios importantes — mas a sua nomeação não é garantida só por ter sido endossada por Biden, já que os delegados têm liberdade de voto.
O partido Democrata pode escolher outro candidato, caso este consiga reunir um maior consenso e conquistar o voto de mais delegados. Apesar de haver receios de que o surgimento de várias candidaturas venha dividir mais o partido num período crítico antes das eleições em Novembro, há vários nomes que tem sido apontados como possíveis rivais de Harris.
Entre os Governadores, Gretchen Whitmer do Michigan, JB Pritzker do Illinois e Josh Shapiro da Pensilvânia foram nomes colocados em cima da mesa, dado liderarem estados do centro-oeste — a região que decidiu as eleições de 2016 e 2020. No entanto, os três já vieram a público dar o seu apoio a Kamala Harris, com Pritzer e Shapiro a deixarem a porta aberta para serem os seus possíveis vices.
Gavin Newsom, actual Governador da Califórnia, também tem ganhado relevância nos últimos anos dentro do partido e poderia surgir como um candidato surpresa, mas entretanto também já endossou publicamente Harris.
Como será a votação?
Antes de Biden desistir, o Comité Nacional Democrata (DNC) sinalizou que queria realizar uma chamada virtual que poderia começar na primeira semana de Agosto para nomear oficialmente os candidatos presidenciais. Na eventualidade de não haver algo decidido até lá, este plano será abortado e a escolha final será feita na convenção, que está marcada para começar a 19 de Agosto.
Caso os Democratas não se conseguirem unir em torno de alguém, isso abre a possibilidade de haver uma convenção aberta, algo que o partido não tem desde 1968, quando o Presidente Lyndon Johnson surpreendeu o país ao anunciar que se ia retirar da corrida presidencial. Neste cenário, haverá uma enorme disputa nos bastidores, com os candidatos terem de cortejar o apoio individual de cada delegado.
Na primeira ronda de votação, apenas os cerca de 3900 delegados prometidos podem votar. Se nenhum candidato alcançar a maioria, os 700 superdelegados poderão votar nas rodadas subsequentes até que um candidato seja escolhido.
O que é feito dos fundos da campanha de Biden?
Com a desistência de Biden, o que vai acontecer aos milhões de dólares angariados pela sua campanha? Neste caso, o dinheiro será considerado “fundos de campanha excessivos” e deve ficar nas mãos do Comité Nacional Democrata.
Há ainda dúvidas sobre se Biden pode simplesmente entregar o dinheiro todo à campanha de Harris. Alguns advogados Democratas ouvidos pelo Washington Post acreditam que, visto que Harris era a número 2 do Presidente e também está incluída na papelada da campanha, Biden deve poder simplesmente passar-lhe o controlo das contas. No entanto, há advogados Republicanos que contestam esta teoria, alegando que não há um precedente que a confirme.
Na eventualidade de o nomeador for outro não Harris, a campanha de Biden pode na mesma transferir os seus fundos para o DNC ou para um super PAC que financie o novo candidato.
Se os Democratas fossem inteligentes nomeavam Robert F. Kennedy Jr como seu candidato nas eleições presidenciais. Só ele poderia derrotar o Trump.
Michelle Obama ganharia certamente.