Um psicólogo da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, sugere que os norte-americanos deveriam considerar substituir o atual sistema eleitoral por um método de sorteio para selecionar os líderes — uma ideia aparentemente estranha, mas que tem precedentes.
Numa proposta inesperada, um professor de psicologia da Wharton School da Universidade da Pensilvânia, sugere que os Estados Unidos deveriam substituir o atual sistema eleitoral por um método de sorteio para escolher líderes.
Num artigo de opinião no The New York Times, Adam Grant salienta que os Estados Unidos já usam um sistema de sorteio para selecionar jurados
O psicólogo argumenta que este método poderia ser estendido a presidentes de câmara, governadores, legisladores, juízes e até presidentes.
Grant cita um estudo do psicólogo Alexander Haslam, publicado em 2016 na revista científica Group Dynamics, segundo o qual os grupos acabam por tomar melhores decisões quando os líderes são escolhidos por sorteio.
Ao contrário dos eleitos ou selecionados pelas suas aparentes capacidades, os líderes escolhidos aleatoriamente não tendem a afirmar superioridade pessoal — tendência que pode ser prejudicial aos objetivos do grupo.
A proposta de Adam Grant aborda também a ideia comum de que as pessoas mais atraídas pelo poder possam ser as menos aptas a exercê-lo.
Há precedentes históricos para eleger líderes por sorteio, particularmente na Grécia antiga, onde muitos funcionários governamentais em Atenas foram selecionados através de métodos aleatórios.
Grant sugere que um sistema semelhante poderia ser implementado nos EUA, com base num teste prévio de cidadania para garantir a capacidade dos candidatos em cumprir deveres públicos.
Nos últimos anos, o Canadá e alguns países europeus testaram formas de exercício da democracia baseada em sorteios, usando métodos aleatórios de seleção de cidadãos para trabalhar em várias áreas, como as alterações climáticas.
Embora a ideia possa parecer radical e quase impossível de implementar na política americana atual, a proposta de Grant oferece uma alternativa intrigante a campanhas eleitorais que tendem a ser conflituosas, radicalizantes e dispendiosas.
Ao eliminar a política tradicional e potencialmente evitar os piores candidatos, um sistema de sorteio, diz Grant, poderia provocar uma mudança no processo democrático.
No entanto, o projeto exigiria uma mudança fundamental na Constituição, tornando a concretização do conceito altamente improvável.
Gostei, porque não tentar aqui em terras lusas…
Pior é do que está é difícil. Além de que acabava-se com os políticos de carreira que não sabem ponta de nada. E a corrupção baixaria também.
Na Grécia antiga funcionou bem.