Marcelo escolheu a Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa para a sua noite eleitoral. Mas a escolha está a gerar muito mal-estar entre os professores da casa, que não gostam da apropriação que o colega está a fazer da instituição.
Marcelo Rebelo de Sousa escolheu jogar em casa na noite eleitoral. Em vez de reagir aos resultados deste domingo na sua sede de campanha ou num hotel como fazem sempre os candidatos, escolheu a Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa-
Alguns dos professores de Direito acham a utilização do espaço abusiva, mas o diretor da Faculdade, que autorizou a cedência, garante que não há nada de anormal na situação.
“A noite eleitoral é dentro da Faculdade, mas a polémica é fora”, comenta Romano Martinez, que entende que a polémica gerada “decorrerá situações no âmbito da campanha eleitoral “.
Romano Martinez explica que a Faculdade de Direito cedeu o seu átrio e uma das salas da entrada do edifício “a título oneroso ” e “pelo valor que está previsto no regulamento ” da instituição.
“Se fosse o lançamento de uma empresa de livros, por exemplo, também fazíamos. Não que esteja a comparar uma candidatura presidencial com uma empresa”, comenta.
Martinez sublinha que o tratamento dado a Marcelo é o mesmo que seria dado a qualquer outra pessoa ou entidade que requeresse a utilização do espaço na Faculdade.
O diretor da Faculdade de Direito assegura mesmo que têm sido “variadíssimas as vezes” que estes espaços têm sido usados a título gratuito e “não muitas vezes” em troco de um pagamento, como será o caso.
Para o ilustrar, Martinez cita de memória os casos da Aministia Internacional, uma ONG que usou uma pequena parte do átrio de forma gratuita, ou a Caixa Geral de Depósitos, que no início do ano letivo costuma ter uma pequena banca para angariar clientes entre os alunos de Direito.
De atividades políticas, Romano Martinez recorda apenas o uso do espaço para uma sessão de celebração do centenário do nascimento de Álvaro Cunhal.
“O átrio ficou ocupado durante um semana”, recorda, ressalvando que dessa vez a ocupação foi feita também gratuitamente.
Ridículo sinceramente! O que é que a homenagem a um aluno prestigiadíssimo como o Álvaro Cunhal tem a ver com a NOITE ELEITORAL (sublinho! a autopromoção de um funcionário da Faculdade para algo que nada tem a ver com a Faculdade) do Marcelo. Se fosse uma homenagem ao Marcelo já era diferente, agora instrumentalização política da Faculdade acho muito mal. Quem não vê a diferença entre uma coisa e outra está com uns óculos muito pouco democráticos e institucionais.
Aliás, só o facto de se lembrar logo do A. Cunhal, como tantos outros políticos e figuras da nossa história portuguesa estão ligados à Faculdade de Direito da UL e já lá terão sido homenageados com certeza, só sublinha o carácter político e ideológico da polémica em questão! A comparação com a empresa de livros é ridícula, até porque se é uma empresa de livros e está na Faculdade, é porque os livros também devem ser do interesse de quem lá anda, caso contrário estariam à venda noutras paragens.
será por isto que virá mal ao mundo ? NÃO.Neste dia, dito de reflexão, os cidadãos estarão certamente mais preocupados com as respectivas escolhas.
E o resto é música.
Compreende-se o incómodo para alguns professores de esquerda, fosse neste caso o senhor da Nóvoa e estaria tudo correto!