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Em confinamento, há escolas privadas que mantêm a mesma carga horária à distância

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Nem todas as escolas pararam completamente. Apesar da suspensão letiva de duas semanas imposta pelo Governo, há alunos de escolas públicas e privadas que continuam a ter o que fazer durante o confinamento.

Segundo o Observador, professores do setor público estão a disponibilizar fichas em plataformas online e alguns estão mesmo a enviar trabalhos de casa. No setor privado, há escolas que mantêm a mesma carga horária. Chamam-lhe “apoio” e “consolidação das aprendizagens” em vez de aulas. Tudo isto feito à distância.

O Colégio Moderno, em Lisboa, informou os encarregados de educação que durante a suspensão letiva iria desenvolver “atividades de consolidação de aprendizagem”. Os alunos do 5.º ao 12.º ano recebem este apoio “nos horários habituais de cada turma”.

“Não estamos a pôr em causa a saúde publica, porque cada um está nas suas casas. Por outro lado, apoiamos tanto os alunos, como os familiares”, diz a diretora do colégio, Isabel Soares. O apoio é voluntário, mas conta com uma adesão de 99,9% dos alunos.

“Nós não estamos a dar aulas, estamos a fazer a consolidação de aprendizagens, do que aprenderam no primeiro período e também do que perderam no outro confinamento”, acrescentou em declarações ao Observador.

O mesmo acontece no Colégio Júlio Dinis, no Porto, onde estes apoios chegam a ter mais alunos do que nas aulas.

“Este apoio não é sumariado, não conta para efeitos de avaliação e é mais frequentado por alunos em dificuldade, que aproveitam para rever conteúdos. Muitos deles pedem fichas para trabalhar, para fazer coisas. Eles sentem essa necessidade, são miúdos que estão preocupados com os exames nacionais, que estão preocupados com as médias e que não querem perder o ritmo de trabalho”, explica a professora do ensino secundário, Cynthia Valente.

A docente disse ainda que “negar a um aluno um apoio, seja do público ou do privado, é quase criminoso” e que “impedir que as escolas privadas deem à aulas à distância, tendo condições para o fazer, só prejudica os alunos”.

No setor público são vários os professores que enviam trabalhos de casa, recomendações para leitura ou revisões de matéria. Filinto Lima, da Associação Nacional de Diretores de Escolas Públicas, diz que o que está a ser feito não é muito diferente daquilo que se faz em períodos de férias letivas.

No caso do ensino superior, a maioria dos exames será feita online e as aulas passam a ser à distância. Além disso, os exames do atual semestre, previstos para as próximas semanas, serão feitos no final do ano letivo, no verão, escreve o Público.

“Os exames escritos presenciais não são transformados em exame online. São adiados para a altura em que se puderem fazer, o que na nossa perspetiva não será antes de meados de abril”, precisou à agência Lusa o reitor da Universidade de Lisboa, António Cruz Serra.

Em Coimbra também vai existir uma época especial de exames que se vai estender até 10 de setembro e na Universidade do Minho foi criado um período alternativo de avaliação. Na Universidade do Porto também foi criada uma época especial.

Daniel Costa, ZAP //

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2 Comments

  1. Estão a pôr em causa a igualdade de acesso ao ensino superior dando aulas extras aos seus alunos que irão realizar os exames nacionais em pé de igualdade com os do público. A intenção é ultrapassá-los, como se isso já não acontecesse sem aulas extra, através de médias , muitas vezes inflacionadas, que também prejudicam muito os alunos dos estabelecimentos de ensino público nos malfadados e injustíssimos rankings das escolas! Quem é que tem coragem de acabar com uma das maiores injustiças sociais no ensino??

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