Escolas não têm verbas para reparar portáteis avariados. Há pais a gastar mais de 100 euros

Enokson / Flickr

As demoras e faltas de verbas para as reparações dos computadores portáteis levam a que haja pais a assumir o custo.

As escolas portuguesas enfrentam uma crescente acumulação de computadores avariados e fora da garantia, alertam os diretores escolares.

Sem recursos financeiros adequados para reparações, muitos equipamentos permanecem inutilizados, aguardando soluções. A situação é agravada pelo facto de que alguns pais estão a assumir custos de reparação que ultrapassam os 100 euros.

Um levantamento solicitado em outubro às escolas visa identificar o volume de equipamentos danificados. Embora o Orçamento do Estado para 2023 previsse 17 milhões de euros para a manutenção de material digital, esta verba não foi contemplada no orçamento subsequente. O Ministério da Educação afirma que está em andamento um processo de assistência no valor anual de 17 milhões de euros, mas os detalhes, incluindo prazos, são incertos.

Os presidentes da Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE) e da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP) mostram-se preocupados com as avarias frequentes.

Com muitos dos computadores já fora do período de garantia, os custos de reparação podem ser proibitivos, com as escolas a serem confrontadas com orçamentos de reparação que muitas vezes correspondem ao custo de um novo computador. “Há avarias desde o início [do programa], mas está cada vez pior”, afirma Mariana Carvalho ao JN. Muitos alunos do 5.º ano tiveram de manter o computador do 1.º ciclo, porque as escolas já não têm equipamentos do 2.º ciclo disponíveis.

Os seguros para os equipamentos não são uma opção viável, pois as famílias não são as proprietárias dos dispositivos. Como resultado, muitos alunos ficam prejudicados, aguardando reparações ou sem acesso a equipamentos substitutos.

Os diretores escolares, como Filinto Lima e Manuel Pereira, recomendam soluções, incluindo a atribuição de seguros aos computadores ou verbas para as escolas gerirem as reparações. Também sugerem a necessidade de revisão das portarias para que a contratação de um técnico de informática seja obrigatória nas escolas, para lidar com a crescente necessidade de manutenção técnica.

Até à data, o Ministério da Educação refere ter distribuído mais de um milhão de computadores como parte do programa escola digital, visando alunos e professores. No entanto, o tempo de resposta das empresas para as reparações é criticado pelos diretores, sendo apontado um tempo médio de reparação de um mês e meio.

ZAP //

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