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Governo fecha estabelecimentos de ensino durante duas semanas. Não vai haver aulas à distância

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António Pedro Santos / Lusa

O primeiro-ministro António Costa anunciou a interrupção de todos as atividades letivas durante os próximos 15 dias devido ao aumento de casos de infeção por covid-19 em Portugal.

Em conferência de imprensa depois do Conselho de Ministros desta quinta-feira, o primeiro-ministro António Costa indicou que o Instituto Ricardo Jorge (INSA) revelou novos dados sobre a estirpe britânica em Portugal.

“Na semana passada tínhamos uma prevalência de 8%, esta semana temos 20% e os estudos indicam que possa atingir os 60%”, explicou o primeiro-ministro.

Com isto em mente, o Governo decidiu interromper todas as atividades letivas esta sexta-feira durante os próximos 15 dias. Costa garantiu que esta interrupção será “devidamente compensada no calendário escolar da forma que o ministro da Educação irá ajustar”.

O primeiro ministro explicou que não haverá aulas à distância e que as medidas serão reavalidadas daqui a 15 dias. A interrupção será compensada com uma alteração no calendário escolar mais à frente, eliminando períodos de férias.

“A interrupção de atividades letivas é profundamenta danosa para o processo de aprendizagem. Não é suscetível de compensação”, disse Costa, quando questionando porque evitou fechar as escolas. “Se isto já foi mau num ano letivo, dois anos letivos sucessivos com interrupções no processo de aprendizagem tem danos”.

“Quisemos evitar, mas não podemos evitar face à alteração do vírus. Apesar de os especialistas dizerem que aparentemente este vírus não afeta mais a saúde, dizem que parece ter mais carga viral e tem uma velocidade de transmissão muito superior. O risco de espalhar este vírus na sociedade aumentou”, continuou.

Os pais de crianças até aos 12 anos que tiverem de faltar ao trabalho terão as suas faltas justificadas se não estiverem em teletrabalho e terão direito a um apoio idêntico ao que foi dado no primeiro confinamento, que corresponde a 66% do vencimento.

As escolas de acolhimento ficarão abertas para filhos de pais que trabalhem em serviços essenciais, assim como continuará a ser prestado o apoio alimentar a crianças que beneficiam de ação social escolar.

As atividades para crianças com necessidades educativas especiais também não sofrerão interrupção.

Na área dos serviços públicos, o Governo vai encerrar as lojas do cidadão, mantendo-se apenas o atendimento por marcação noutros serviços públicos.

Nos tribunais, estão suspensos os prazos de todos os processos não urgentes.

Questionado sobre a possibilidade do encerramento de fronteiras, Costa respondeu que foi convocado um Conselho extraordinário da União Europeia “para reforçar coordenação da vacinação e gestão de fronteiras”.

Maria Campos, ZAP //

18 Comments

  1. É difícil perceber porque é que as aulas não continuam à distância como no ano passado… Se é assim tão mau os alunos deixarem de ir à escola porque não minimizam a coisa continuando as aulas em casa em vez de ficarem a ver bonecos ou a olhar prás paredes?! É ridículo…

  2. Isso não é justificação para este ano, pois toda a gente se equipou e habituou conforme pôde no ano passado durante o confinamento. Precisamente por isso não se percebe…

    • “Isso não é justificação para este ano, pois toda a gente se equipou e habituou conforme pôde no ano passado durante o confinamento. Precisamente por isso não se percebe…”
      Tem certeza que toda a gente se equipou, conhece toda a gente?

      • ” Toda a gente” é força de expressão…
        O que é certo é que através da tv, internet, etc, a comunidade escolar tentou o melhor possível para minimizar a falta das aulas presenciais. E nessa altura foi uma novidade.
        Não faz qualquer sentido não aproveitar essa experiência e usa-la enquanto for necessário os alunos ficarem em casa…

    • Pois, o que não se percebe é o fingimento que houve no ano passado de que as aulas à distância funcionavam e deixavam os alunos em pé de igualdade, o que não é verdade.
      Não pode haver sacrificados, e muito menos podemos sacrificar quem menos tem.
      Se a interrupção é por 15 dias, esses 15 dias poderão muito bem ser recuperados em períodos que estavam antes definidos como períodos de férias, seja do Carnaval, Páscoa ou Verão. Basta recalendarizar as aulas.
      O período do Verão será quase de certeza um período de pouca Covid ativa, tal como já foi no ano passado. As aulas poderão muito bem ser dadas nessa altura.

  3. Mas que caral** é este? Demoraram tanto tempo para decidir fechar as escolas, e combinaram apenas “quinze dias”. Isso não chega! Este confinamento é uma brincadeira de mau gosto, fod*-se.
    E não há aulas à distância? Então, para que é que fecharam as escolas?
    Esta corja governativa, filha da p***, quer comprometer as aprendizagens dos alunos??! Só pode.

  4. O governo deveria ter “negociado” com a UE a alteração da presidência Portuguesa. Portugal não está em condições de assegurar a presidência da União Europeia, com a responsabilidade que esta merece e com a total dedicação que Portugal teria para oferecer em condições normais. Temos vários ministros em quarentena e estamos muito piores do que os parceiros europeus no domínio da pandemia. Muitas decisões urgentes deveriam ter sido tomadas e foram adiadas ao longo destas últimas duas semanas. Penso que isso já será o reflexo do desdobramento de esforços atendendo à presidência da UE e ao facto de haver ministros em quarentena.
    A gestão da pandemia nestes últimos dias parece ter ficado um pouco adiada/suspensa em detrimento do assumir da presidência da UE, com um custo direto no desenvolvimento pandémico.
    A medida do encerramento das escolas deveria ter sido tomada na semana passada. Ainda ontem estavam a iniciar os testes nas escolas e a abrir os ATL’s!!!!!!!!!… isto não é normal. É um desgoverno total.

  5. A decisão mais sensata e correta por parte do governo, agora é garantir a eficácia do ensino à distância durante estes 15 dias, esta decisão era inevitável para mitigar a atual situação pandémica e assim travar a evolução dos contágios, algo que foi feito em todo o lado na Europa, muito bem Sr. Primeiro-ministro.

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