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Erupção vulcânica está longe de ser a maior ameaça de Yellowstone

Acroterion / Gaendalf / Wikimedia

Opal Pool, no Parque Nacional de Yellowstone, no Wyoming, Estados Unidos. Ao fundo, os picos Twin Buttes

Na realidade, a grande ameaça do Parque Nacional de Yellowstone, nos EUA, não é que o seu supervulcão entre em erupção mas, sim, um terramoto de grandes proporções.

Muitos alertam que o supervulcão do famoso Parque Nacional de Yellowstone, no estado norte-americano do Wyoming, poderá explodir, mas outros receiam que o maior perigo será mesmo um terremoto capaz de “sacudir” uma zona muito sensível.

“O maior medo que temos relativamente a Yellowstone não é o vulcão em si, mas antes os sismos”, afirma Michael Poland, cientista responsável pelo Observatório do Vulcão Yellowstone, em entrevista ao USA Today.

“Este é um risco subestimado na área de Yellowstone. Pode haver e haverá no futuro terramotos de magnitude 7“, acrescenta ainda ao jornal norte-americano.

No geral, explica o diário, Yellowstone regista uma média de 1.500 a 2.500 sismos por ano, sendo que muitos deles são tão pequenos que até passam despercebidos. Podem ocorrer durante praticamente todo o dia, ainda que os visitantes do parque não o notem.

Porém, houve grandes terramotos que aconteceram num passado não muito distante. O último ocorreu em agosto de 1959, com uma magnitude de 7,3 na Escala de Richter, e provocou a morte de 28 pessoas devido a um deslizamento de terras que atingiu uma zona de acampamento.

Mais de 80 milhões de toneladas de rocha caíram, bloqueando um rio e formando um lago, apropriadamente batizado de “Lago do Terramoto”, que continua a existir até hoje.

De acordo com o jornal, comparado com uma erupção menor do vulcão, a probabilidade de um terramoto numa escala similar acontecer novamente é mais provável. “Podemos dizer onde é provável que ocorra, mas não podemos dizer quando”, explica Poland.

“Poderá ser muito pior atualmente tendo em conta que há mais pessoas nesta área”, afirma Jamie Farrell, professor de Geologia da Universidade de Utah. Recorde-se que este parque recebe mais de quatro milhões de visitantes por ano.

Além disso, há ainda a adversidade de o parque estar localizado numa zona rural com poucos acessos. Se um dos acessos é cortado, faz-se um enorme desvio. No caso de duas estradas se tornarem intransitáveis, às vezes nem é possível chegar lá de carro, lembra.

No entanto, uma coisa é certa: o Parque Nacional de Yellowstone é uma zona vulcânica muito sensível e, por isso, o local foi convertido numa das zonas geologicamente mais bem protegidas e controladas do mundo, com mais de 40 estações sísmicas, juntamente com a Universidade de Utah, a registar incessantemente os movimentos terrestres.

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