O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, reivindicou este domingo a vitória numas eleições presidenciais e legislativas renhidas, perante uma oposição determinada a impedi-lo de obter um novo mandato de cinco anos com poderes consideravelmente reforçados.
“Os resultados não-oficiais das eleições são claros. Segundo eles, a nossa nação confiou-me a responsabilidade de ser Presidente da República”, disse Erdogan, numa declaração a partir da sua residência, em Istambul, antes de a contagem dos votos estar concluída, reivindicando também a maioria parlamentar para a aliança do seu partido, o AKP.
O Presidente turco convocou em abril estas eleições presidenciais e legislativas antecipadas, que estavam inicialmente previstas para novembro de 2019. “A Turquia, com uma taxa de participação de perto de 90%, deu uma lição de democracia ao mundo inteiro”, afirmou Erdogan.
Segundo a agência de imprensa estatal Anadolu, Erdogan obteve 52,8% dos votos, quando estavam contados quase 95% dos votos, e a aliança do AKP recolheu 53,82%.
A declaração de vitória de Erdogan surgiu no entanto depois de o principal partido da oposição, o social-democrata CHP, ter afirmado que a sua própria contagem dos resultados parciais indica que é inevitável uma segunda volta das presidenciais.
Mesmo antes da proclamação do chefe de Estado, os apoiantes já tinham começado a celebrar a vitória agitando bandeiras turcas nas ruas de Istambul e, após as suas declarações, eram audíveis buzinas de automóveis, segundo a agência francesa AFP.
O duplo escrutínio é particularmente importante, porque assinala a passagem do sistema parlamentar em vigor para um sistema presidencial em que o chefe de Estado concentra a totalidade do poder executivo.
Erdogan defende a necessidade de tal medida para garantir a estabilidade na cúpula do Estado, mas os seus opositores acusam-no de querer monopolizar o poder com esta transformação.
// Lusa