O enviado especial das Nações Unidas para a Síria, Staffan de Mistura, declarou-se hoje “horrorizado” e “chocado” perante os inúmeros obuses e ‘rockets’ lançados indiscriminadamente contra zonas de civis, na zona oeste de Alepo, nas últimas 48 horas.
Num comunicado divulgado hoje, Staffan de Mistura, salienta que informações credíveis dão conta de “um grande número de civis mortos, entre os quais várias crianças, bem como centenas de feridos”.
“Aqueles que dizem que isto serve para aliviar o cerco de Alepo-leste devem lembrar-se de que nada pode justificar o uso indiscriminado e desproporcionado de armas, incluindo armamento pesado em áreas habitadas por civis, podendo tratar-se de crimes de guerra“, acrescenta o enviado especial da ONU.
O mesmo responsável sublinhou que “os civis dos dois lados de Alepo já sofreram o suficiente com as tentativas infrutíferas, mas mortais, para submeter a cidade”, incluindo o recurso a bombardeamentos aéreos” e precisam de um cessar-fogo duradouro.
Na zona oeste da periferia da cidade de Alepo prosseguiam hoje combates intensos, no terceiro dia da ofensiva de grupos rebeldes que procuram romper o cerco imposto pelo regime de Bashar al-Assad em bairros da oposição.
Segundo um comunicado emitido pela ONU no início do mês, o leste de Aleppo estará totalmente destruído até ao final do ano.
“No máximo em dois meses, dois meses e meio, o leste de Aleppo pode estar totalmente destruído”, disse na altura Staffan de Mistura, em declarações aos jornalistas em Genebra.
A zona rebelde do leste de Aleppo tem sido flagelada por uma ofensiva das forças governamentais com o apoio da aviação da Rússia, incluindo diversos ataques a instalações hospitalares.
A ONU já classificou o leste de Aleppo como uma “zona sitiada”. As Nações Unidas estimam que cerca de 275.000 civis estejam sob cerco das forças governamentais no leste de Aleppo, e com a impossibilidade de envio de ajuda.
Em Setembro, em declarações à agência EFE, o activista sírio Abdallah al-Asani comparou o bombardeamento contínuo com o “dia do juízo final”.
“As pessoas chamaram ao dia de hoje ‘o dia do juízo final‘”, lamentou, relatando que “não há sítio onde as pessoas se possam proteger em Aleppo”.
Segundo o activista, as forças russas estão a atacar a cidade com um tipo de mísseis que causam um grande tremor de terra ao atingir o solo.
A Coligação Nacional Síria, principal aliança da oposição, afirmou na altura em comunicado, que a Rússia está a utilizar novas armas na campanha militar de Aleppo, apesar de não precisar qual o tipo de armamento.
“As contínuas investidas em Aleppo, uma das cidades habitadas mais antigas do mundo, causaram danos enormes, com o objetivo claro de assassinar e deslocar o máximo número de civis” no interior da cidade, disse a coligação.
ZAP / Lusa
Blá…blá…blá. Este só agora acordou. Com o Daesh em Aleppo não disse uma palavra.