Apesar de defender o regresso ao ensino presencial, o Ministro do Ensino Superior defende a continuação do uso das ferramentas digitais. Manuel Heitor não descarta a possibilidade de acolher estudantes afegãos refugiados.
O próximo ano lectivo, no ensino superior, “só pode ser presencial”, garante Manuel Heitor, ao Diário de Notícias.
“Iremos confirmar as recomendações da Direção-Geral da Saúde, mas não posso deixar de fazer um apelo a todas as instituições e, sobretudo, a todos os docentes que, no quadro daquilo a que eu chamo uma autonomia responsável, garantam condições de presença de todos os estudantes das instituições de ensino superior”, apela o Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.
Manuel Heitor refere que “nada substitui um ensino sobretudo presencial” e que “devemos contrariar o isolamento progressivo a que a pandemia nos obrigou”. “Os jovens podem estar em contacto uns com os outros, em contacto com docentes e investigadores e, sobretudo, em ambientes com a realidade institucional da presença física”, afirma.
Apesar de defender o ensino presencial, o Ministro não se opõe a que as instituições continuem a usar ferramentas digitais que utilizaram durante o ensino à distância. “É natural que, tendo-se o sistema adaptado a ferramentas digitais, algumas atividades, nomeadamente aulas teóricas, possam ter uma componente de digital”, defende.
Sobre a disponibilidade para acolher refugiados afegãos que queiram estudar em Portugal, Manuel Heitor não descarta a possibilidade, e o alojamento pode também ser fornecido pelas próprias instituições de ensino.
“Temos um grande número de vagas para estudantes estrangeiros. Portanto, apesar de a procura por estudantes, sobretudo oriundos de África e da América Latina e em particular do Brasil, estar a aumentar, ainda temos muitas vagas disponíveis”, explica.